O clima esquentou no início na tarde de ontem, 21, no Tribunal de Justiça. Uma discussão entre o tenente-coronel Ciro Nunes Alves da Silva e procurador-geral do Estado, Rodrigo Maia, terminou na prisão do oficial.
Em nota que já circula em grupos de WhatsApp, o tenente-coronel disse que se sentiu “humilhado com o deboche e intimidação” do procurador-geral.
A confusão, de acordo com o oficial, ocorreu em razão de uma fala dita por Rodrigo Maia quando chegou ao local após cumprimentar o juiz Bonfim, com quem o tenente-coronel conversava. “Está se distraindo com os processos, Coronel?”, teria questionado Maia.
Ao pedir para falar em particular com o procurador, o mesmo se recusou. Foi então que, segundo explica a nota, começou a discussão. “Daí eu me referi ao mesmo que me respeitasse, que não tocasse mais a mão em mim, que se eu abracei uma profissão que não por não temer a bandido não iria temer a ele e o que ele fez comigo na entrada foi coisa de moleque e o chamei de moleque.”(sic)
O tenente-coronel foi chamado no Comando Geral da Polícia Militar para prestar depoimento. Em seguida, foi à Superintendência Estadual de Combate a Corrupção (SECCOR), quando foi surpreendido com a voz de prisão em flagrante. O oficial promete tomar as providências cabíveis e necessárias conforme a lei.
“Fiquem tranquilos que agirei como terei que agir dentro da lei. Tenham a certeza que jamais permitirei humilharem o nosso sagrado uniforme”, finaliza.
Em tempo: o tenente-coronel vem ganhado vários processos contra o estado. A tentativa de “tirar onda” do procurador-geral causou uma tremenda confusão que deverá repercutir bastante e ainda gerar desgaste ao governo.
Veja abaixo o relato completo do tenente:
Senhores e Senhoras Oficiais.
Na oportunidade gostaria de me manifestar que os fatos se deram da seguinte forma. Pela manhã fui tratar de assuntos da coordenação com o Excelentíssimo Presidente do TJ. Após tratar do assunto a minha saída do gabinete do mesmo coincidiu a do Dr Sebastião Bonfim que saímos tratando dos assuntos do PPCG e ficamos concluindo na frente do TJ quando chegou o Dr Rodrigo Maia que cumprimentou o Dr Bonfim e ao sair rumo ao TJ e ao passar por mim deu dois ou três tapas em meu ombro e querendo me intimidar disse: “está se divertindo com os processos Coronel?”.
Fiquei estarrecido e humilhado com o deboche e intimidação da referida pessoa, momento que em seguida o Dr Bonfim se retirou. Resolvi falar com o dito Procurador e quando o mesmo saiu eu pedi para falar com ele em particular e este se recusou. Daí eu me referi ao mesmo que me respeitasse, que não tocasse mais a mão em mim, que se eu abracei uma profissão que não por não temer a bandido não iria temer a ele e o que ele fez comigo na entrada foi coisa de moleque e o chamei de moleque.
Bem senhores e senhoras, me foi imputado ardilosamente o Art. 344 c/c 140 parágrafo segundo do CPB quando na verdade quem cometeu foi o Procurador, ou seja, a situação verdadeira é o espelho do que estão me imputando. Pois em nenhum momento eu me citei ou fiz referência a processo, mas quem o fez foi o tal Procurador. Os fatos foram estes. Conforme constam no autos APF.
Quanto as demais questões, adianto-vos que nos autos irei provar e tomar todas as providencias necessárias e cabíveis. Ressalto o comportamento probo, moral e ético do Sr Cel Sá e Sr Cel Simplício que em nenhum momento faltaram com a verdade e/ou desrespeito a direito. Fiquem tranquilos que agirei como terei que agir dentro da lei. Tenham a certeza que jamais permitirei humilharem o nosso sagrado uniforme.
Doravante desligarei meu aparelho celular em virtude de meu recolhimento em respeito às nossas regras.
A justiça será feita!!!
Com honra e humildade!!!
Ten Cel Ciro.
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