Projeto cultural, elaborado no Distrito Federal, foi aprovado pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) e terá recurso de quase R$ 1 milhão da Lei Rouanet
Na edição itinerante da 342ª Reunião Ordinária, finalizada no dia 12 de abril, em Vitória (ES), a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) aprovou 330 projetos culturais apresentados ao mecanismo de fomento do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) – Lei Rouanet. Um dos projetos aprovados é a restauração, em alta resolução, do histórico filme documentário de curta-metragem “Maranhão 66”, do célebre cineasta brasileiro Glauber Rocha (1939-1981), que mostra a ascensão de José Sarney ao Governo do Maranhão.
Idealizado no Distrito Federal, o projeto cultural está orçado em R$ 999.266,43 (novecentos e noventa e nove mil, duzentos e sessenta e seis reais e quarenta e três centavos). O trabalho deve restaurar, em alta resolução, o documentário “Maranhão 66”, produzido em 1966 pelo cineasta Glauber Rocha, além de “Terra em Transe”, outra obra notável do falecido diretor de cinema baiano.
O projeto prevê, também, a montagem de acervos digitais das obras, com exibições seguidas de debates em instituições públicas de ensino e distribuição do material em cinematecas, escolas e emissoras de TV.
O documentário
A pedido do então governador eleito e amigo Jose Sarney (então com 35 anos), Glauber Rocha produziu um documentário sobre a cerimônia da posse do político em ascensão, em 1966. Ante o discurso de posse de Sarney e a celebração da multidão com o novo governo, o documentário expõe a miséria da população maranhense, na época. Enquanto Sarney, em um discurso entusiasmado, se comprometia solenemente a acabar com as mazelas do estado, o filme exibia imagens da miséria que assolava a maioria da população local: casas miseráveis, hospitais infectos, vítimas da fome ou da tuberculose.
Os 330 projetos culturais aprovados pela CNIC para fomento por meio da pelo correspondente a R$ 557 milhões para captação com renúncia fiscal oferecida a quem destinar até 4% (empresas) ou 6% (pessoas físicas) de seus impostos a ações de cultura.
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