O
empreiteiro codoense Francisco Antelius Sérvulo Vaz, preso pela Polícia Federal
(PF) no Tocantins na Operação Ápia, realizada há cerca de 20 dias, tem
contratos no governo Flávio Dino para construção de uma rodovia no município de
Buriti Bravo e integra o Consórcio EPENG/FN Sondagens, vencedor da licitação
para construir a ponte sobre o Rio Pericumã, na MA-211, no trecho Bequimão –
Central do Maranhão. A informação é do Jornal Pequeno.
O empresário
venceu as licitações no Maranhão com a EPENG (Empresa Projetos Engenharia
Ltda.), acusada de integrar um esquema com outras seis construtoras que desviou
cerca de R$ 1,2 bilhão de obras rodoviárias no estado do Tocantins. As sete
empresas foram alvos da Operação Ápia, da Polícia Federal no dia 13 de outubro
passado.
Além da
EPENG, a reportagem identificou outras duas empresas em nome de Francisco
Antelius: a Strutura Construções Ltda., com sede em Araguaína (TO), e FFR
Empreendimento Imobiliário Ltda, sediada em Palmas, capital do Tocantins.
Francisco
Antelius teve a prisão preventiva decretada no dia 21, pela Justiça Federal. O
dono da EPENG, mais quatro empreiteiros e os ex-governadores do Tocantins,
Siqueira Campos (sem partido) e Sandoval Cardoso (SD), estão presos no Centro
de Prisão Provisória (CPP) de Palmas. Segundo a PF, ele está detido por
suspeitas de fraude em licitações, corrupção ativa e/ou passiva, peculato,
crimes contra a ordem financeira, fraude na execução de contrato administrativo,
crime de lavagem de dinheiro, formação de cartel e organização criminosa.
Os dois
contratos da EPENG com o governo Flávio Dino somam cerca de R$ 98 milhões. O da
ponte sobre Rio Pericumã custará R$ 68,3 milhões e teve a licitação concluída
em 30 de agosto deste ano. Já a estrada entre a sede do município de Buriti
Bravo e o povoado Café Buriti foi licitada em 6 de junho no valor de R$ 29,7
milhões. O dinheiro para a obra da rodovia é financiado pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o mesmo que financiou o programa de
terraplanagem e pavimentação asfáltica em diversas rodovias estaduais no
Tocantins, investigados pela PF e MPF.
Em
depoimento à Polícia Federal, Delson Brito de Sousa, sócio da Delbrisa
Engenharia, empresa que fez o projeto da estrada sede do município de Buriti
Bravo ao povoado Café Buriti, disse que 1 Km de terraplanagem custava R$ 300
mil, mas nas planilhas da obra contratada pela Sinfra o valor era de R$ 600
mil. À PF, o dono da Delbrisa contou que recebeu apenas R$ 100 mil de Francisco
Antelius.
Investigação
Segundo a
Polícia Federal, a empresa EPENG, de Francisco Antelius, fez movimentações
bancárias atípicas entre junho e outubro de 2014, quando recebeu do governo do
Tocantins cerca de R$ 35 milhões da obra rodoviária entre Ananás e Araguatins.
A PF aponta que a empreiteira fez sucessivos saques em espécie, emissões de
cheques e transferências bancárias para contas de pessoas físicas, que
aparentemente não tinham ligação com a empresa, com valores entre R$ 100 mil e
R$ 600 mil. Movimentações financeiras suspeitas também foram encontradas na
conta bancária de Francisco Antelius.
Para o
Ministério Público Federal (MPF) e a PF, a EPENG integra o cartel de
empreiteiras que ganhou licitações num jogo de cartas marcadas no Tocantins,
onde desviaram mais de R$ 1,2 bilhão. O contrato da EPENG para a pavimentação
da rodovia TO-010, entre Ananas e Araguatins, foi de R$ 89 milhões. A obra
parou em agosto de 2014, mas a empreiteira chegou a receber R$ 35.459.052,85 e,
deste valor, segundo a PF, R$ 9.507.994,34 milhões foram desviados para
enriquecer a empresa de forma ilícita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário