Gostaria de saudar todas as autoridades presentes, em especial o Bispo da Diocese de Pinheiro D. Elio Rama.
Gostaria de saudar também a todas as pessoas aqui presentes nesse dia tão especial.
Existem pessoas no mundo com um dom especial, verdadeiros escolhidos por Deus, que tem a capacidade de mobilizar outras pessoas, as mais diferentes, em prol de uma causa, de um projeto de um objetivo. Padre Risso era uma dessas pessoas. Mesmo após ter retornado aos braços de Deus, seu espírito mobilizou várias pessoas, muitas delas há pouco tempo desconhecidas umas as outras, para realizar essa magnifica obra em tempo recorde.
Nunca havia visto, em minha vida, um projeto como esse sair do zero e se concretizar em assim tão pouco tempo. É quase um milagre. E isso foi possível graças ao amor de Pe. Risso e dos Missionários do Sagrado Coração de Jesus a essa região, mas também ao amor dos fiéis a Padre Risso e aos Missionários do Sagrado Coração de Jesus.
Mas para realizar grandes obras precisamos de mãos, braços, pés e pernas, bem como de uma cabeça que as coordene. Os membros foram as várias pessoas que trabalharam nesse projeto: Sandra Leite Mendes, Bruno Aércio Silva Moreira, Moniele da Silva Feitosa, Dandara Maria Soares Rubim, Carlos Fábio Correia Marques, Osvaldo Rosevelt Sales Castro, Paulo Castro, Batista Peixoto, Kellyane Barros, Deuzirene do Nascimento, Fabio Nunes Pereira, Dra. Patrícia Carla de Melo Martins e Eu que vos falo agora, entre vários outros que também mereciam ser citados. Todos coordenados por um cérebro, uma grande líder, uma mulher de fibra e cheia de amor, a D. Iranilde Soares Padre, que peço um grande aplauso. Nada seria possível sem ela, que inspirada e abençoada pelo Espírito Santo e por Pe. Risso nos conduziu até aqui.
A cada pessoa que se dedicou a esse projeto, que participou com qualquer tipo de ajuda ou contribuição, nós agradecemos! Somos realmente gratos do fundo do nosso coração. Temos de agradecer também a DEUS, a Diocese de Pinheiro, a Universidade Federal do Maranhão e a todas as outras instituições que contribuíram com esse projeto.
A professora Patrícia Martins, que também foi uma das curadoras do Memorial, infelizmente não pode estar presente conosco hoje. Minhas palavras aqui nesse momento são também dela. A colega aprovou um projeto de extensão junto a universidade, para auxiliar e prestar consultoria ao Memorial e ajudar no seu funcionamento. O projeto se intitula: Memorial Missionários do Sagrado Coração de Jesus em Pinheiro-MA. Nós sabemos que mesmo não podendo estar aqui hoje ela está torcendo e com o coração aqui conosco nesse momento.
Foram meses intensos de trabalho, onde foram depositados sonhos e esperanças. Foram meses de apreensão, dedicação e algumas frustações. Meses de alegrias, mas também de dores de cabeça e pequenas decepções. Mas foram sobretudo meses abençoados pela graça divina que nos permitiu chegar até aqui hoje. Foi um caminho de aprendizagem.
Como todos os grandes trabalhos, realizados em tempo recorde para uma data de inauguração pré-definida, tivemos problemas e imprevistos. Um empreendimento que envolveu grande número de profissionais de diferentes ramos e áreas, materiais que tinham de ser produzidos em diferentes cidades, muitos desafios. Nem tudo saiu como o planejado, nem tudo saiu como queríamos, mas tenham certeza, a equipe trabalhou incansavelmente, atravessando madrugadas, para apresentar para vocês o melhor que foi possível ser feito dentro das condições que se apresentaram.
Tudo o que há de bom, bonito, emocionante e inspirador nesse memorial vocês devem agradecer a D. Iranilde e a toda a sua equipe. Todas as críticas aos limites, aos defeitos e às falhas que encontrarem vocês devem dirigir a mim. Sou eu o culpado por todos eles. Mas saibam que tudo vai ser corrigido, pois o trabalho não acaba aqui hoje, ele continua. Hoje é só o dia de comemorar essa graça de Deus.
O dia hoje é de festa, uma festa em memória do nosso querido e amado P.e. Risso. Esse memorial é fruto do amor e da caridade que ele tanto dedicou a Pinheiro. Por isso esse memorial também estará sempre aberto a essa comunidade.
Esse memorial não está aqui para lembrar a morte, mas para celebrar a vida de P.e. Risso. Por isso foi planejado para ser um ambiente vivo, mutável, acolhedor, moderno, cheio de amor, caridade e fé. Este memorial nunca estara pronto, permanecerá sempre em construção e em transformação.
Além de ter a amostra permanente dedicada a Igreja Católica, a Diocese, aos Missionários do Sagrado Coração de Jesus e ao P.e. Risso, terá espaço para mostras e exposições temporárias, que ficarão expostas por uma temporada determinada, proporcionando aos pinheirenses um espaço para mostrarem a comunidade os seus produtos, suas artes, seus artesanatos, ou seja, os frutos do seu trabalho. Como P.e. Risso, este espaço estará aberto, de braços abertos, para receber quem dele precisar.
Este memorial também será um centro de pesquisa e de formação, com espaços para realização de cursos, multimídia e pesquisa. Contará com um arquivo que permitirá armazenar de maneira adequada documentos, fotos, materiais, instrumentos, objetos históricos que poderão ser utilizados em futuras exposições ou consultados pelos pesquisadores, professores e estudantes.
A memória, diferente da História, é viva, é pulsante, muda e se transforma juntamente com aquele que lembra. Um memorial não é diferente, hoje começamos a construir memórias, mas muitas memórias sobre P.e. Risso ainda virão, serão narradas, serão doadas em forma de objetos, fotografias e documentos. Ampliando cada vez mais essa memória que agora é coletiva, pois as ações de P.e. Risso nunca foram frutos do individualismo, da vaidade ou da ganância, mas sim do desejo de ajudar o próximo e do trabalho coletivo, cujo carisma do missionário arregimentava: dedicação, doação, caridade, amor, fé e coletividade.
P.e. Risso buscou assistir aos desassistidos, mesmo que para isso tivesse que enfrentar os poderosos ou mesmo condividir a mesa com eles, pois o que contava não eram posicionamentos políticos ou ideológicos, mas sim suprir a necessidade, por vezes urgente e imediata, de pessoas e comunidade que contavam com o seu auxílio. Buscou ajuda em todas as classes, cidades e países: sempre honrou com a ajuda que recebeu!
Saiu da Itália quando era um jovem romano, acostumado as benesses de um grande centro civilizacional do Ocidente, a cidade eterna, construída há milhares de anos, cede de um dos maiores impérios que já existiram e centro da Igreja Católica. Por amor a Cristo e ao Sagrado Coração de Jesus abandonou sua casa, sua família, partiu como missionário para as américas. Como seus companheiros missionários, fez uma longa e perigosa travessia do Oceano Atlântico, atravessou baias e rios e atracou em Pinheiro. Aqui encontrou uma língua desconhecida, uma cultura desconhecida, um mundo exuberante em natureza, mas pobre em estrutura. Imagino o medo e a apreensão que tomou conta do seu ser. Imagino a força da sua fé para mantê-lo firme em sua missão.
Aos poucos o Espírito Santo lhe foi indicando o caminho, lhe iluminando. Se inspirando em Jesus Cristo e no amor à humanidade presente no Sagrado Coração, P.e. Risso e seus companheiros tiveram de se reconstruir, compreender esse outro com o qual agora deveriam conviver, encontrar um espaço e um modo pelo qual pudessem cumprir sua divina missão. Ao se reconstruírem, esses missionários foram ajudando a construir a Diocese de Pinheiro e a transformar esta cidade e esta região: igrejas, escolas, estradas, pontes, creches, etc. Construíram laços que uniram comunidades em torno da fé em Jesus, em Maria e na Igreja.
Essa memória, esses ensinamentos, não cabem em um memorial, são muito maiores, muito mais profundos. Mas esperamos que as imagens, textos, narrativas e objetos presentes aqui, ajudem a preservar esse espírito de doação, trabalho, fé, amor e caridade. Que reacenda a chama da fé no coração de cada um que passe por aqui. Que transmita esses valores as futuras gerações.
Obrigado P.e. Luigi Risso, por mais essa grande obra!
Obrigado a todos!
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