O deputado Cabo Campos (DEM) foi um dos palestrantes do ‘Fórum Estadual para Profissionais’, promovido pela irmandade Alcoólicos Anônimos (A.A), no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema). Durante o segundo painel, o parlamentar ressaltou a importância da participação do Poder Legislativo Estadual nas discussões, já que o alcoolismo é considerado um problema social e de saúde pública.
“O Legislativo deve se aproximar das discussões sobre o alcoolismo porque é um problema que envolve a questão social, no que diz respeito às relações familiares, e de saúde pública, por comprometer o estado de sobriedade e desenvolver uma série de doenças em função do seu uso excessivo, como câncer, cirrose hepática, arritmia, hipertensão, entre muitas outras. Então, nós estamos falando de um problema que leva sofrimento a muitas famílias”, disse Campos.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 26,5% da população brasileira com mais de 18 anos consome bebida alcoólica uma vez ou mais por mês, sendo 39,2% homens e 15,2% mulheres. A PNS mostrou, ainda, que 24,3% dessas pessoas dirigiram após ingerirem álcool, o que equivale a 4,4% da população brasileira adulta.
O evento, segundo o organizador Jorge Maia, tem o objetivo é levar a mensagem da irmandade a vários profissionais, principalmente da área de saúde, para que se tornem amigos de A.A e ajudem a auxiliar o maior número de dependentes possíveis. “O propósito maior desse evento é cadastrar 50 mil profissionais para que nos ajudem na transmissão dessa mensagem, porque é humanamente impossível se fazer essa abordagem corpo a corpo. Seria interessante que esses profissionais, mesmo sem nenhuma filiação ao grupo, tivessem cooperando conosco, porque eles têm um papel importante no resgate da pessoa que sofre com a dependência do álcool”, explicou Maia.
Maria José Rios, representante do Centro de Atenção Psicossocial, disse que o profissional da saúde tem papel preponderante no processo de recuperação de pessoas acometidas pelo alcoolismo. “Nós da terapia ocupacional temos um papel preponderante na restauração do indivíduo, da saúde mental à espiritualidade. Este é um dos nossos espaços de atuação. O álcool é uma das poucas drogas liberadas pela sociedade. Considerada droga lícita. E, por conta disso, tem fácil acesso a todas as áreas e todas as idades, apesar da lei propagar que só a partir dos 18 anos. Se sabe que no Brasil isso não é uma realidade. Por isso, justifica-se o papel do terapeuta ocupacional na recuperação do dependente. Enquanto terapeuta ocupacional, gostaria de dizer que essa é uma obrigação nossa como profissionais da saúde. A dependência é doença, e não safadeza, como a maioria pensa.”, defendeu Rios.
Além de membros do A.A, o ‘Fórum Estadual para Profissionais’ contou com a participação do Membro Coordenador de Área; da Diretoria do Escritório de Serviços Locais (ESL), da representante estadual do Grupo Al-Anon, que presta assistência a familiares e amigos dos dependentes do álcool, e da médica e ex-secretária municipal de Saúde de São Luís, Helena Duailibe.
Por fim, o deputado Cabo Campos expôs dados sobre o consumo de álcool no Maranhão, com base na PNS, e convocou os representantes de todas as esferas do Legislativo e Executivo a endossar a luta contra o alcoolismo. “O Maranhão, queridos, é o 19º do país onde mais se consome álcool. No nosso estado, 23% da população acima de 18 anos ingere essa droga ao menos uma vez por mês, sendo 35,8% homens e 23,0% mulheres. O percentual de pessoas que dirigem após beber no nosso estado é igual a 38,9%, sendo 45,8% homens e 9,3% mulheres. Ou seja, o alcoolismo é um gravíssimo problema de saúde pública. Um elemento desestabilizador da sociedade e do ser humano. Assim, o parlamento, em função do grande ônus causado à população, não pode excluir-se ou eximir-se desta luta, que transpõe qualquer barreira ideológica, política, partidária ou religiosa. Luta que transcende todos os níveis sociais e econômicos. Por isso, conclamo todos os deputados desta Casa e demais autoridades do Estado que abracem esta causa de coração aberto”, finalizou o parlamentar, defendendo a implementação de medidas preventivas voltadas para jovens dos sexos masculino e feminino, que, no Maranhão, iniciam o consumo de bebidas alcoólicas aos 18 e 21 anos, respectivamente.
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