O Estado está entre os três mais endêmicos do país.
Em 2019, foram notificados 2.997 casos de hanseníase no estado, uma redução de 3,5% em relação a 2018, quando foram registrados 3.105 casos, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde.
Embora com a redução, o número ainda é alto. Para a SES, o resultado dessa redução é fruto, principalmente, do trabalho educativo e de treinamento de profissionais de saúde desenvolvido pelo Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Hospital Aquiles Lisboa (HAL) e Centro de Saúde Dr. Genésio Rêgo.
De acordo com o Boletim Epidemiológico Especial (2021) da SVS do Ministério da Saúde, em 2019 foram reportados para a Organização Mundial da Saúde 202.185 casos de hanseníase no mundo, destes 27.864 foram no Brasil.
Essa doença afeta homens e mulheres, em idades distintas, sendo os homens com maior número de casos entre 60 a 79 anos e as mulheres entre 50 a 69 anos. A epidemia de Covid-19 influenciou o diagnóstico e o acompanhamento dos casos de hanseníase no Brasil.
Dados preliminares de 2020 mostram que o Brasil diagnosticou 13.807 novos casos, sendo os estados do Mato Grosso, Maranhão, Pará e Pernambuco com mais de 1.000 casos cada. O ano começa e com ele, as ações do Janeiro Roxo de combate à hanseníase.
No último mês de dezembro a Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Departamento de Epidemiologia/Programa Estadual de Controle da Hanseníase, realizou uma capacitação de profissionais para a atenção integral à pessoa acometida pela hanseníase no âmbito da Atenção Básica.
Segundo a secretária adjunta da Política de Atenção Primária e Vigilância em Saúde da SES, Waldeise Pereira, a atividade foi executada prévia das ações referentes à Campanha do Janeiro Roxo, mês alusivo ao tratamento da hanseníase.
“O curso é uma oportunidade para a atualização clínica dos manejos realizados na detecção da doença, aliando teoria e prática como forma de qualificar a assistência e o serviço do profissional”.
Doença pode atingir homens e mulheres
Com os profissionais capacitados, a expectativa é que eles possam desenvolver as habilidades conquistadas no treinamento, o planejamento de estratégias de busca sistemática de casos para tratamento, assim como a realização dos procedimentos para diagnóstico como teste sensibilidade das lesões e avaliação neurológica simplificada.
A porta de entrada das pessoas com hanseníase são as Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos 217 municípios maranhenses. Problema de saúde pública, a hanseníase pode atingir homens e mulheres em qualquer idade, sendo mais grave quando alcança pessoas com menos de 15 anos. Para se ter ideia, em 2018 o estado ficou no topo quanto ao diagnóstico nessa faixa etária, registrando 312 casos.
Doença tem cura
A Hanseníase é uma doença crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que pode afetar qualquer pessoa. Caracteriza-se por alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular.
Também são encontradas manchas em qualquer parte do corpo, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos e pode gerar incapacidades permanentes. A maioria das pessoas tem resistência à bactéria, sendo uma doente a cada dez contaminadas.
A transmissão ocorre através de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro de pessoas não tratadas e em fases mais adiantadas da doença.
Com o início do tratamento, a transmissão é interrompida. Em geral, é preciso uma relação próxima e frequente para que a doença se instale, por isso, todas as pessoas que convivem com o doente devem ser examinadas e testadas.
No estado, o Centro de Saúde Dr. Genésio Rêgo e o Hospital Aquiles Lisboa (HAL) são referência para o tratamento da doença.
Ao ser diagnosticada com a doença, toda e qualquer pessoa deve iniciar imediatamente o tratamento, disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Assim que toma a primeira dose da medicação, o risco de a pessoa infectada transmitir a doença é praticamente nulo.
Em crianças, o diagnóstico da hanseníase exige avaliação mais criteriosa, diante da dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de sensibilidade.
Casos em criança, podem sinalizar transmissão ativa da doença, especialmente entre os familiares, o que deve, portanto, intensificar a investigação dos contatos pelos profissionais de saúde.
O Imparcial
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