segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Bacuri – Objetos históricos furtados de quilombolas são recuperados

                                                                    Artefatos históricos foram recuperados
A pedido do Ministério Público do Maranhão, foram apreendidos, nesta quarta-feira, 6, objetos de valor histórico recolhidos, ilegalmente, de comunidades quilombolas no município de Bacuri. A ação de busca e apreensão foi ajuizada na terça-feira, 5, pelo promotor de justiça Denys Lima Rego, motivada por uma denúncia de furto.
O lavrador João dos Santos Oliveira denunciou à Promotoria de Justiça que o casal formado pela brasileira Magnólia de Oliveira e pelo francês François Xavier Pelletier furtou uma roda grande e um objeto comprido semelhante a um projetor antigo de imagens, ambos de ferro, de sua propriedade. O furto foi no sítio da família dele, no povoado Mutaca.
  Casal usou lonas plásticas como cobertura nos locais de escavações
“A notícia de furto de objetos da propriedade privada do senhor João Santos de Oliveira estabelece a atribuição deste órgão estadual e da Polícia Civil para as diligências necessárias para a investigação e apuração dos culpados pelo suposto crime de furto”, afirmou o promotor de justiça.
Antes disso, a Coordenadoria de Promoção da Igualdade Social de Bacuri também denunciou que o casal franco-brasileiro estava escavando as terras das comunidades quilombolas e retirando material com importância arqueológica, histórica e cultural sem qualquer autorização de órgão estatal.
Eles se apresentavam aos moradores como membros da ONG Homme Nature e diziam que os artefatos históricos das comunidades seriam reunidos em um museu. Após ganhar confiança de alguns moradores, utilizavam aparelhos tecnológicos, como drones e detectores de metais para, em seguida, realizar escavações. Foram retiradas rodas de ferro, lanças, escápulas e artefatos de engenho.
Suportes de madeira foram usados para facilitar o trabalho ilegal de escavação
De acordo com os moradores da comunidade quilombola São Felix, também foram retiradas estruturas metálicas semelhantes a encanamento, esferas de ferro fundido parecidas com munições de canhão, roldanas, presilhas, vigas com características de lanças e arcos, pedras espessas quadradas e retangulares semelhantes a pisos residenciais, pedaços de madeira e cerâmicas.
Denys Rego informou que o Ministério Público estadual vai avaliar o material apreendido e encaminhar as informações trazidas pelas comunidades e o resultado das investigações realizadas para o Ministério Público Federal e para a Polícia Federal, para que possam investigar os crimes ambientais e de contrabando que envolve essa matéria. “O Ministério Público do Maranhão permanece à disposição dos moradores para auxiliar no que for preciso, para que o direito dessas comunidades seja preservado e esse casal possa receber a reprimenda estatal”.

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