terça-feira, 19 de janeiro de 2021

MENSAGEM 002/2021/GP-APLAC: CENTENÁRIO DE FREI GIUSEPPE PREZIOSA, MSC.

 

ACADEMIA PINHEIRENSE DE LETRAS, ARTES E CIÊNCIAS

===== GABINETE DA PRESIDÊNCIA =====

Mensagem 002/2021/GP - APLAC 

 

In Memoriam de Frei Giuseppe (José) Preziosa, MSC.


“Ei lá moço!” É um sussurro que vem hoje à lembrança de todos aqueles que conheceram esse homem de baixa estatura, porém gigante na fé; mas esse sussurro também ecoa nos ouvidos de todos quanto, imbuídos dos mais nobres propósitos de justiça, sabem reconhecer uma árvore pelos frutos de bondade.

“Ei lá moço!” É um testemunho que assiná-la a recordação da personalidade do co-fundador e maior propulsor do Colégio Pinheirense, homem de um samaritano jeito de ser, que renunciou a si mesmo para se doar a um povo, uma cidade, uma causa e um ideal, o de fazer amado, por toda parte, o Sagrado Coração de Jesus, educando vidas na fé, e pela fé, com as armas da educação.

“Ei lá moço!” É uma expressão que remete a figura de Frei Giuseppe Preziosa e seu sotaque ítalo-brasileiro, tão singular da sua fala profética, alegre e séria... Uma preciosa lembrança que faz os ouvidos apurarem-se em memórias idas e, pelo milagre da recordação, ouvir as melodias das aulas de canto orfeônico, mas com a sonoridade da gratidão que, em desvelo de afetuosa saudade, diz no coro de ex-alunos a uma só voz: “Grazie Dom Pepino”.

Na passagem dos 100 anos do natalício deste Arauto da Educação, italiano de nascimento e pinheirense de coração, a homenagem da Academia Pinheirense de Letras Artes e Ciências a quem semeou Letras de Esperança e fez germinar Palavras de Futuro, orvalhadas do suor, laborioso e incansável, de um magistério exercido na humildade e silêncio, enfrentando as agruras com a luminosidade de um sorriso precioso, que florescia nos lábios e se desdobrava nos olhos, tão azuis como o manto da Virgem, talvez de tanto contemplá-la.

A luz do Evangelho, que o fez atravessar o Atlântico, com ela hoje ilumina-se a figura amiga e benigna de Frei Giuseppe, o bom samaritano que se apiedou de nossa gente, fazendo da educação uma canção de infinito, executada sob a batuta da determinação, instrumento de amor que, ao crepúsculo de muitas auroras, fez raiar o sol da instrução, erradicando o analfabetismo deste torrão.

É dever de justiça fazer memória de quem fez da educação um instrumento de justiça social. Para quem amou esta cidade com deveras amor, a ponto de visitar a Itália, apenas duas vezes, ao longo de seis décadas de intenso trabalho apostólico e educacional... A consideração de nossa gratidão que deposita as flores desta terra em seu sepulcro, pronunciando em português uma prece de silêncio, cujo som é um canto à bondade; e, no clarão de fogos de artifício, em meio a vastidão da noite escura, os lampejos que combatem o obscurantismo, desenhando nos céus claridades, em recordação das suas aulas ministradas: “luzeiros em tempos de ofuscar faróis.”

“Ei lá moço! Que se passa?” Certamente nos diria o humilde e silencioso Frei José, com a serenidade do azular de seus olhos, num tom próprio de quem julga não ser necessário todo esse movimento em torno de sua pessoa. Ao que respondemos: É VOSSO CENTENÁRIO! É nossa gratidão, ecoando nos babaçuais, espalhada pelo manso vento das chapadas, em silvos de um altivo cântico de PARABÉNS, solfejado com o “P” de Padre, de Professor, de Preziosa e de Pinheirense. 


Pinheiro - MA, 19 de janeiro de 2021.



Acd. JOSÉ AGNALDO PEREIRA MOTA
PRESIDENTE DA APLAC

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