Guido Mantega (de boné) foi preso em um hospital, onde acompanhava a mulher
O ex-ministro da Fazenda Guido
Mantega (PT) foi preso na manhã desta quinta-feira (22) pela PF (Polícia
Federal) durante a 34ª fase da Operação Lava Jato. Ele, que estava em um
hospital no momento da detenção, foi alvo de um mandado de prisão temporária
com duração de cinco dias e será levado para Curitiba. No início da tarde, porém, o juiz Sergio Moro mandou
soltar o petista.
Segundo as investigações, em 2012, o
então ministro Mantega atuou diretamente junto ao empresário Eike Batista,
à época dono da empresa OSX que havia sido contratada pela Petrobras,
para negociar o repasse de recursos para pagamentos de dívidas de campanha de
partidos políticos aliados do governo relativas às eleições de 2010. Em depoimento, Eike declarou que recebeu pedido do
ex-ministro para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões para o PT.
Mantega comandou o ministério entre 2006 e 2014, nos governos dos
ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ele também foi
presidente do Conselho de Administração da Petrobras. A prisão temporária
é decretada em casos específicos e prorrogável por igual período caso
comprovada sua necessidade
Guido Mantega (de boné) foi preso em um
hospital, onde acompanhava a mulher
A nova fase, batizada de Arquivo X, cumpriu 33 mandados de busca e
apreensão, oito de prisão temporária e oito de condução coercitiva (quando a
pessoa é obrigada a ir prestar esclarecimentos) no Distrito Federal e em São
Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia.
Inicialmente, a PF foi até a casa de Mantega no bairro de Pinheiros, na
zona oeste de São Paulo, mas o ex-ministro não estava no local. Ele se encontrava
no Hospital Albert Einstein, na zona sul da cidade, onde acompanhava a mulher e
foi preso. Ela passaria por uma cirurgia.
"Nós só esperamos que não
atrapalhem a cirurgia", afirmou José Roberto Batochio, advogado de
Mantega, ao jornal "Folha de S.Paulo". Em
entrevista coletiva, a força-tarefa da Lava Jato diz que foi "uma infeliz coincidência" o
ex-ministro ter sido preso no mesmo dia em que sua mulher seria operada.
Segundo o procurador Carlos Fernando Lima, a prisão de Mantega tem
"o objetivo de permitir que a força-tarefa e o Ministério Público analisem
todos os elementos de prova colhidos na data de hoje e tomem o depoimento de
todos os envolvidos para formar um juízo com mais evidência e prova em relação
a um eventual pedido de prisão preventiva".
Lima disse que inicialmente foi solicitado à Justiça a prisão preventiva
de Mantega, com base na "manutenção da ordem pública", já que há
"valores bilionários desviados dos cofres públicos". No entanto, o
juiz Sérgio Moro aceitou apenas o pedido "alternativo" da
força-tarefa, isto é, o de prisão temporária.
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