Pressionado pelo
PMDB, o Palácio do Planalto costurou nessa segunda-feira uma solução de
redução de danos às suas relações com o principal aliado e formulou uma solução
alternativa na montagem do palanque no Maranhão. A presidente Dilma Rousseff
comunicou ao senador José Sarney (PMDB-AP) que apesar do seu apoio à
candidatura a governador de Flávio Dino (PC do B), rival do senador, apoiará ao
Senado a governadora Roseana Sarney (PMDB-MA). O clã defendia o apoio palaciano
ao secretário de infraestrutura do Estado, Luis Fernando Silva.
A tentativa de
minimizar os dados foi necessária depois da publicação de matéria pelo jornal O
Estado de S. Paulo de que a família Sarney, depois de 50 anos, perderá o
comando do Maranhão. O PC do B, aliado tradicional do Planalto, cobra do
governo apoio ao seu candidato que está à frente das pesquisas. Dilma já havia
confidenciado a integrantes do partido que ele terá o apoio do governo. Mas a
costura que está sendo feita é para que ele não se alie ao PSB de Eduardo
Campos e que apoie ao Senado um candidato mais fraco, para que aumente as
chances de Roseana voltar para o Senado. Em troca, ele teria apoio do governo.
O problema é que, no momento, o nome mais forte para o Senado no Estado é o do
vice-prefeito de São Luiz, Roberto Rocha que é do PSB, que está liderando as
pesquisas e não o de Roseana.
Para o PT, é importante aliar-se a Dino no
Estado como uma demonstração de que o partido ainda tem a seu lado aliados
históricos, mesmo com a saída do PSB da provável coalizão da reeleição de
Dilma. “O Maranhão já pagou um preço alto por essa aliança. Agora, devemos
apoiar Flávio Dino, candidato do PC do B com o compromisso dele de apoiar a
reeleição da presidente Dilma”, declarou o deputado petista Paulo Teixeira
(SP), que esteve no Maranhão, na semana passada, participando de diversas
reuniões.
“Acho que o PT deveria procurar construir uma
frente de esquerda para o próximo período capaz de mudar o Maranhão e Flávio
Dino é a melhor candidatura de governo”, emendou. O próprio PC do B quer
garantia de que o único estado em que tem reais chances de ganhar receberá aval
do Planalto. “O mínimo que esperamos do PT é o apoio ao PC do B, um aliado
histórico, para a eleição de Flávio Dino”, disse o ex-ministro de Lula, Orlando
Silva, um dos dirigentes do partido.
A pressão do PMDB sobre o governo foi tão
forte que o porta-voz do Planalto, Thomas Traumann, informou que “é
especulação” a conclusão da reportagem ‘Lula e Dilma se afastam de Sarney no
Maranhão’. A presidente Dilma também se viu obrigada a ligar para Sarney para
assegurar que continuam como aliados.
A divulgação do problema acabou precipitando
discussão sobre o tema e a necessidade de apressar as costuras locais, com o
anuncio de que o governo apoiará a candidatura de Roseana ao Senado. Sarney
quer uma saída honrosa para sua filha no Estado e tem reiterado que não será
candidato à reeleição a uma cadeira no Senado pelo Amapá, rejeitando a
engenharia que se estava sendo desenhada.
Para
atender e brecar qualquer possibilidade de rebelião dos peemedebistas, o
porta-voz do Planalto informou ainda que a reunião da semana passada “não tratou
de preferências sobre a sucessão eleitoral no Maranhão”. O ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, disse que não houve qualquer definição em relação
ao Maranhão, mas reconheceu que há estados que será preciso analisar a situação
com cuidado. Ele lembrou que esta foi uma reunião inicial e que ainda há muitas
conversas com direção de partidos a serem realizadas. O Senador Sarney não
gostou do que foi publicado e exigiu o Planalto a soltar uma nota desmentindo o
anunciado e ainda ameaçou apoiar Eduardo Canpos...
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