
Em 2010, o Departamento Nacional de Auditorias do Sistema Único de Saúde
(Denasus) realizou auditoria em Centro Novo do Maranhão, para averiguar a
aplicação dos recursos repassados ao município pelo FNS, entre janeiro de 2009
e maio de 2010, quando Arnóbio Rodrigues era o prefeito. Nesse período, o
município recebeu R$ 2.992.993,26, que foram distribuídos em programas de saúde
da família, saúde bucal, assistência farmacêutica e outros.
O relatório fornecido pelo Denasus apontou duas irregularidades na aplicação
das verbas: cadastro de unidades básicas de saúde falsas e pagamentos
irregulares a profissionais de saúde. A auditoria constatou que o
secretário municipal de saúde, Gessiel Luiz Neres, cadastrou três unidades
básicas de saúde fictícias no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde e
no Sistema de Informação da Atenção Básica (CNES/SIAB). O cadastro das unidades
“fantasmas” causou prejuízo de R$ 288.000,00.
O Denasus identificou ainda que a secretaria municipal de saúde realizou
cadastro irregular de profissionais, no SIAB. “O cadastro de informações falsas
no CNES/SIAB é estratégia de má-fé na gestão pública, com prejuízos diretos ao
Sistema Único de Saúde e ao atendimento médico fornecido à população local”,
destaca o procurador da República responsável pela ação, Juraci Guimarães
Júnior.
Para o MPF, o secretário municipal de saúde Gessiel Neres foi o responsável
pelo cadastro ilícito das unidades de saúde fantasmas, enquanto o prefeito
Arnóbio Rodrigues e o secretário municipal de administração e finanças, Ney
Jorge Silva, foram os responsáveis pelo pagamento ilícito aos profissionais de
saúde, bem como corresponsáveis por receber recursos federais sabidamente
indevidos.
Na ação, o MPF pede a condenação
por improbidade administrativa, com ressarcimento do dano, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos e aplicação de multa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário