sábado, 9 de maio de 2020

Médicos pedem ao Estado uso de cloroquina para reduzir mortes por covid-19 e desafogar hospitais

Aumenta o número de pessoas em busca de medicamento que não está disponível na rede pública
AQUILES EMIR
Ainda que não haja 100% de garantia no tratamento de coronavírus, a hidroxicloroquina ainda é a droga mais confiável e que tem apresentado resultados mais positivos para matar o vírus, porém ainda assim o medicamento é tratado de forma preconceituosa pelas autoridades de saúde no Maranhão, já que sua aplicação virou sinônimo de “bolsonarismo”, haja vista a defesa do presidente Jair Bolsonaro para o uso em massa a fim de diminuir mortes e internações. “No Maranhão quem receita remédio é médico”, insiste o governador Flávio Dino ao manifestar resistência ao protocolo.
Esta semana, em mais uma demonstração de que o medicamento é, por enquanto, a melhor alternativa para tratar a doença, o plano de saúde Hapvid anunciou a distribuição gratuita do medicamento para seus segurados mediante receita médica. Para ter acesso ao medicamento, o cliente do Sistema Hapvida precisa, nas unidades da empresa, apresentar prescrição médica, carteirinha do plano e documento oficial com foto.
“A percepção clínica de nossos médicos é de que o uso da hidroxicloroquina, em associação com outras drogas, na fase inicial da doença, tem sido um elemento essencial para evitar a gravidade da covid-19, em nossos pacientes. Dessa forma, para cuidar do nosso paciente e contribuir para que a sua situação não se agrave, vamos doar a medicação, desde que tenha prescrição médica. Quando ele se consultar com nosso médico, em nossas unidades, e o médico entender que ele possui condições de ficar em casa e precisa da medicação, daremos acesso à hidroxicloroquina, já que muitos pacientes têm nos relatado dificuldades de encontrar a medicação na rede farmacêutica do País, como um todo. Já temos, no momento, tratamento para 20 mil pessoas, mas estamos trabalhando para ampliar essa quantidade”, diz o presidente do Sistema Hapvida, Jorge Pinheiro.
Recomendação – Nesta sexta-feira (08), foi a vez do médico e vereador Gutemberg Araújo (PSDB) fazer um apelo para a aplicação do medicamento nas unidades de saúde do Estado e do Município, quando confirmado a doença for diagnosticada. Ele recomenda que para as pessoa do grupo de risco ou quem tem problemas cardiológicos seja feito um eletrocardiograma para avaliar a possibilidade da medicação.
Gutembrg: uso da hidroxicloroquina pode desafogar hospital e diminuir o n úmero de mortes por coronavírus
De acordo com o vereador, as pessoas que têm procurado as UPAs, quando recebem a prescrição, não conseguem sequer iniciar o tratamento porque, além de caro, o remédio está em falta, sendo encontrado, e com dificuldades, apenas nas farmácias de manipulação, onde os preços são proibitivos para a maioria da população. De volta para casa, veem a doença se agravar e quando retornam ao hospital, na maioria dos casos, é para internar e entubar, com risco bem maior de ocorrer um óbito e ainda congestionar as unidades de saúde por demora na ocupação dos leitos.
Gutemberg diz que já apresentou aos secretários de Saúde do Estado, Carlos Lula, e do Município, Lula Filho, essa alternativa, e ambos prometeram adquirir grande quantidade de cloroquina e azitromicina para aplicar nos pacientes.
Quem concorda com a aplicação desse protocolo é o pneumologista Elias Amorim. Ele diz que se houvesse um meio mais rápido de testagem e aplicação do medicamento, o Maranhão não estaria à beira do colapso e muitas vidas teriam sido poupadas.
Um outro profissional de saúde que pediu preservação de sua identidade diz que ele e diversos outros médicos, diante dos primeiros sintomas, recomendam uma tomografia e aplicam a hidroxicloriquina de imediato. O resultado tem sido satisfatório e muitas pessoas estão conseguindo se tratar em casa. Para esse profissional, o problema é que o procedimento tem custo fora do alcance dos pacientes da rede SUS, mas o poder público poderia adotá-lo e dar mais velocidade no tratamento.
“Enquanto governo e prefeitura ideologizam o tratamento, nas farmácias de manipulação todos as dias formam-se filas, sinal de que quem pode está se prevenindo e os mais pobres correndo riscos”, diz.

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