Os
comunistas perderam as eleições municipais. Primeiro, porque, mesmo
utilizando-se da força da máquina pública, foram derrotados em cidades
importantes do interior e, na capital, não conseguiram levar em primeiro turno.
Segundo, disputaram em 103 prefeituras e não tiveram êxito na grande maioria
delas. Terceiro, fazem a política de sempre, conquistaram as pequenas cidades
com os mesmos grupos, compostos por famílias históricas que se revezam no
poder.
Nas eleições
deste ano, o governo foi desaprovado nos maiores colégios eleitorais do
Maranhão. Em Imperatriz, onde Flavio Dino obteve a maioria dos votos em 2014, o
povo revoltou-se com a arbitrariedade dos Leões que acabou levando um major da
polícia à prisão. Resultado, deu o PMDB do competente Delegado Assis. Caxias
elegeu Fábio Gentil contra três poderes: Governo do Estado, Assembleia
Legislativa e Prefeitura. Porto Franco preferiu o Dr. Nelson ao invés de um
grupo ligado ao governo. Em Barreirinhas, Alberico Filho, sobrinho de José
Sarney, ganhou. Em Bacabal, a opção foi Roberto Costa, afilhado de João
Alberto. Em Lago da Pedra, mesmo o governo tendo enviado ao seu aliado mais de
R$ 2 milhões em convênio duvidoso, triunfou o grupo de Maura Jorge, símbolo da
oposição naquela região do Estado. Em Grajaú o povo escolheu Mercial Arruda
contra uma protegida do governador. E assim como esses municípios, poderia
listar outros.
Das 103
prefeituras almejadas por neocomunistas, apenas 46 foram conquistadas, menos da
metade. Dos prefeitos comunistas, 40 são homens e apenas 6 são mulheres.
Contudo, levando-se em conta esses números (e números não mentem), o discurso
governista torna-se frágil, pois, historicamente, no Maranhão, os partidos que
chegam ao poder conseguem eleger em média 50 prefeitos, chamo esse fenômeno de
Partido dos Leões. Em 2008, o PDT, do então governador Jackson Lago, era o
Partido dos Leões e elegeu 66 prefeitos. Em 2012, período da então governadora
Roseana Sarney, o PMDB elegeu 48 prefeitos. O PCdoB, no mesmo período, lançou
candidaturas em 25 municípios e conseguiu eleger apenas cinco prefeitos.
O Palácio
começou a atuar em favor do PCdoB e de outros partidos próximos ao comunismo
ainda na pré-campanha. A ordem era forçar prefeitos eleitos de partidos de
oposição como o PMDB e o PV a trocarem de legenda e engordar os partidos da
base. O prefeito era chamado por pessoas influentes do governo. O mensageiro
prometia recompensas em forma de convênios e influencias no Palácio caso o
gestor mudasse de legenda. Esse método de cooptação deixava os gestores
coagidos e muitos, infelizmente, foram praticamente obrigados a mudar de
partido. Com efeito, dos 20 prefeitos que o PV tinha no começo de 2015, os
Leões conseguiram levar 12. Contudo, o PV conseguiu eleger neste ano 7
prefeitos, sendo a maioria mulheres, 4, com a força do voto consciente. O mesmo
aconteceu com o PMDB que teve parte de seu quadro cooptado para partidos da
base comunista mas, mesmo assim, fez 22 prefeitos este ano. Quando o PCdoB
estava fora do Palácio, conseguiu eleger apenas 5 prefeitos.
O governo
também diz que seus aliados ganharam em outras 100 prefeituras. A conta não
fecha. Não podem levar em consideração todas as eleições ganhas por partidos
independentes ou que tenham disputas internas. Considero o PP (que conquistou
15 prefeituras) e o PSB (13), por exemplo, partidos rachados. Quem comanda o PP
é o Deputado Federal André Fufuca que é independente, apesar do Deputado Waldir
Maranhão, aliado do Flavio Dino, estar no partido, embora de saída. Luciano
Leitoa comanda o PSB, no entanto, o Senador Roberto Rocha parece independente
das amarras do governo estadual. O PRB (que fez 14) do Deputado Federal Kleber
Verde é aparentemente um partido independente, apoiou e deu legenda ao Fabio
Gentil de Caxias.
Bastou um
ciclo eleitoral para comprovar a queda do comunismo no Maranhão. Fica a clara
mensagem do povo contra o estilo perseguidor de governar, aliado a falsas
propagandas e a desculpas esfarrapadas. Tudo que vai mal é culpa da
“oligarquia.” O Maranhão não quer competir com a China em números de
prefeituras como o governador tenta passar para a imprensa nacional. As
prefeituras do PCdoB são do Partido dos Leões, seus prefeitos não conhecem, não
são e nunca foram de esquerda. As mudanças que foram tão bem “vendidas” nas
propagandas eleitorais em 2014 se tornaram ilusões recheadas de desculpas. O
resto é retórica.
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