Das dez piores escolas avaliadas no Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem), três são do Maranhão – Centro de Ensino Cristino Pimenta, de
Bacuri; Centro de Ensino Dr. Adonias Lucas de Lacerda, de Sucupira do
Norte, e Centro de Ensino Marcelina Nóia Alves, de Alto Alegre do Pindaré –
todas pertencentes à rede estadual de ensino. As três estão à frente apenas da
última posicionada em 14.998º lugar, o Colégio Quilombola 27 de maio, do
Sergipe. Dessas dez, à frente das maranhenses estão uma do Ceará, uma de Alagoas,
uma do Espírito Santo, uma da Paraíba e duas do Tocantins.
As cinco melhores escolas do Maranhão no ranking nacional são
todas da iniciativa privada: Reino Infantil (269º), Educallis (419º), Escola
Crescimento (535º), Centro de Educacional Internacional (982º) e Colégio
Literato (1.149º). A melhor escola avaliada no Maranhão é o Colégio
Universitário, da Universidade Federal do Maranhão, que ocupa a 3.635ª posição
no ranking, e a melhor estadual é o Colégio Militar, que está na 4.789ª
posição.
O ranking, divulgado nesta terça-feira (04), é com base na
avaliação de escolas que formam estudantes desde o 1º ano do ensino médio,
têm maior parte dos professores formados na área que lecionam e atendem
estudantes de nível socioeconômico alto ou muito alto. Nove das dez
escolas têm 80% dos estudantes matriculados na instituição desde o 1º ano do
ensino médio e têm mais de 70% dos professores formados na disciplina que
lecionam. “Isso demonstra que o Brasil sabe fazer uma escola pública
extremamente estruturada com professores mais valorizados e isso acaba tendo
resultado”, diz o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à
Educação, Daniel Cara.
Sete das dez escolas com as melhores médias gerais são federais.
Integram a lista escolas militares e escolas técnicas estaduais. Cara ressalta
que são, na maioria, escolas que selecionam os estudantes, mas, segundo ele,
não são boas porque os estudantes são selecionados, mas selecionam, segundo
ele, porque a qualidade é alta e a procura por essas instituições é grande.
Desigualdade – No ranking geral, considerando
também as escolas privadas, a primeira escola pública aparece na 33ª posição, o
Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa (MG). A
primeira escola pública estadual a despontar entre as melhores médias está em
147º lugar, o Colégio Estadual Tiradentes, em Porto Alegre (RS), que atende a
alunos de nível socioeconômico alto. Entre as privadas, seis das dez com
melhores médias têm menos de 20% dos estudantes formados pela instituição desde
o 1º ano do ensino médio. Também atendem alunos de nível socioeconômico muito
alto ou alto – quatro das escolas estão sem informações. “O
que é preocupante é que o Enem por escola demonstra o quanto o Brasil reproduz
desigualdades, entre as privadas, entre as públicas. As escolas que vão bem,
são escolas de elite”, diz Cara.
Para
o diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, de São Paulo,
Mozart Neves Ramos, “a larga maioria das escolas ainda deixa muito a
desejar . “Para
mim, mudar o currículo é apenas um lado da moeda. Outro fator muito importante
para reduzir a desigualdade que começa na alfabetização é que é preciso ter
qualidade e equidade para todos os estudantes e isso passa pela formação do
professor”. Ele acrescenta que é preciso atrair
jovens para a carreira de magistério, sobretudo para as áreas de exatas, cujo
desempenho dos estudantes é mais baixo
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