quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Ao contrario de Pinheiro, das dez piores escolas avaliadas no Enem, três são da rede estadual de ensino do Maranhão

Das dez piores escolas avaliadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), três são do Maranhão – Centro de Ensino Cristino Pimenta, de Bacuri;  Centro de Ensino Dr. Adonias Lucas de Lacerda, de Sucupira do Norte, e Centro de Ensino Marcelina Nóia Alves, de Alto Alegre do Pindaré – todas pertencentes à rede estadual de ensino. As três estão à frente apenas da última posicionada em 14.998º lugar, o Colégio Quilombola 27 de maio, do Sergipe. Dessas dez, à frente das maranhenses estão uma do Ceará, uma de Alagoas, uma do Espírito Santo, uma da Paraíba e duas do Tocantins.
As cinco melhores escolas do Maranhão no ranking nacional são todas da iniciativa privada: Reino Infantil (269º), Educallis (419º), Escola Crescimento (535º), Centro de Educacional Internacional (982º) e Colégio Literato (1.149º). A melhor escola avaliada no Maranhão é o Colégio Universitário, da Universidade Federal do Maranhão, que ocupa a 3.635ª posição no ranking, e a melhor estadual é o Colégio Militar, que está na 4.789ª posição.
O ranking, divulgado nesta terça-feira (04), é com base na avaliação de escolas que formam estudantes desde o 1º ano do ensino médio, têm maior parte dos professores formados na área que lecionam e atendem estudantes de nível socioeconômico alto ou muito alto.  Nove das dez escolas têm 80% dos estudantes matriculados na instituição desde o 1º ano do ensino médio e têm mais de 70% dos professores formados na disciplina que lecionam. “Isso demonstra que o Brasil sabe fazer uma escola pública extremamente estruturada com professores mais valorizados e isso acaba tendo resultado”, diz o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara.
Sete das dez escolas com as melhores médias gerais são federais. Integram a lista escolas militares e escolas técnicas estaduais. Cara ressalta que são, na maioria, escolas que selecionam os estudantes, mas, segundo ele, não são boas porque os estudantes são selecionados, mas selecionam, segundo ele, porque a qualidade é alta e a procura por essas instituições é grande.
Desigualdade – No ranking geral, considerando também as escolas privadas, a primeira escola pública aparece na 33ª posição, o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa (MG). A primeira escola pública estadual a despontar entre as melhores médias está em 147º lugar, o Colégio Estadual Tiradentes, em Porto Alegre (RS), que atende a alunos de nível socioeconômico alto.  Entre as privadas, seis das dez com melhores médias têm menos de 20% dos estudantes formados pela instituição desde o 1º ano do ensino médio. Também atendem alunos de nível socioeconômico muito alto ou alto –  quatro das escolas estão sem informações.  “O que é preocupante é que o Enem por escola demonstra o quanto o Brasil reproduz desigualdades, entre as privadas, entre as públicas. As escolas que vão bem, são escolas de elite”, diz Cara.
Para o diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, de São Paulo, Mozart Neves Ramos, “a larga maioria das escolas ainda deixa muito a desejar . “Para mim, mudar o currículo é apenas um lado da moeda. Outro fator muito importante para reduzir a desigualdade que começa na alfabetização é que é preciso ter qualidade e equidade para todos os estudantes e isso passa pela formação do professor”. Ele  acrescenta que é preciso atrair jovens para a carreira de magistério, sobretudo para as áreas de exatas, cujo desempenho dos estudantes é mais baixo

Nenhum comentário:

Postar um comentário