No último sábado
(25/7), o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense esteve em Anajatuba para fazer
uma visita técnica aos arranjos produtivos desenvolvidos no município por
intermédio da atuação do Dr. Eduardo Castelo Branco, zootecnista e membro da
entidade baixadeira. São experiências de sucesso comprovado na
emancipação econômica das comunidades beneficiadas, com forte impacto na
superação da extrema pobreza rural.
A caravana de
militantes do Fórum da Baixada conheceu os projetos do Igarapé do
Troitá, da produção de mel no povoado Teso Bom Prazer e da piscicultura nativa
consorciada com fruticultura no povoado Pacas. Esses projetos foram implementados
durante os governos de Zé Reinaldo e Jackson Lago, com o incentivo e apoio
decisivo do falecido deputado estadual João Evangelista, baixadeiro natural de
São João Batista.
O Igarapé de
Troitá vai da sede do município de Anajatuba até o estuário do rio Mearim. Mede
8km de comprimento, 10m de largura e 2m de profundidade, e foi dragado para
garantir a retenção da água doce durante todo o ano, proporcionado a
permanência e reprodução dos peixes nativos durante o verão e outras pequenas
criações (bois, porcos, patos etc). A obra teve um custo de 400 mil reais,
valor considerado irrisório diante do grande alcance social do projeto. É uma
prova de que com vontade política e poucos recursos se pode melhorar bastante a
vida da população da Baixada.
O senhor José
Antonio de Jesus, conhecido como Curica, proferiu uma verdadeira aula
sobre produção de mel de abelha no povoado Teso Bom Prazer, que garante o
sustento das famílias da localidade, mediante a exportação dos vários produtos
apícolas (mel, própolis, cera etc) para fora do Maranhão. Essa experiência
demonstra o imenso potencial da Baixada para a exploração da apicultura como
atividade econômica.
No povoado Pacas, os
membros do Fórum foram conhecer um projeto consorciado de piscicultura nativa e
fruticultura (banana, açaí e maracujá). Esse arranjo foi desenvolvido durante o
governo de Jacson Lago a um custo de 200 mil reais e garante o sustento e renda
de uma comunidade formada por 42 famílias. Em uma área de apenas 3
hectares, foram escavados 5 canais de 400m de comprimento, 12m de largura e 2m
de profundidade, onde os peixes nativos se reproduzem e permanecem por conta da
profundidade maior que a dos campos naturais. Nesse arranjo produtivo são
produzidas 4500 bananas por mês e 15 toneladas de peixes por ano, sem qualquer
ônus para os beneficiários do projeto.
Ao final da visita
técnica, o presidente do Fórum da Baixada, advogado Flavio Braga, agradeceu a
acolhida do Dr. Eduardo Castelo Branco e das comunidades, destacando que a
principal necessidade da Baixada é a retenção de água doce nos campos, a fim de
que projetos como os de Anajatuba possam ser replicados, com impacto imediato
na qualidade de vida da população baixadeira.
“O Fórum em Defesa
da Baixada se encheu de esperança com os projetos que conheceu e pudemos
perceber que as soluções para a pobreza do povo da Baixada são simples, baratas
e de fácil resolução, basta vontade política dos nossos gestores públicos”, ressaltou
Flávio Braga.
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