Na última
sexta-feira (17), em audiência pública realizada no Centro de Formação
Cultural, na Comarca de Pinheiro (MA), representantes da sociedade civil e
membros dos órgãos integrantes do Sistema de Justiça definiram metas visando à
melhoria da segurança e do sistema prisional local. O encontro foi promovido
pela 1ª Vara Judicial de Pinheiro e coordenado pela juíza Tereza Franco
Palhares, titular da unidade.
O maior problema
relatado pelos cidadãos que estiveram presentes foi o tráfico de drogas, que,
segundo relataram, tem aumentado a cada ano. Como resultado direto do aumento
do tráfico e consumo de entorpecentes, estão os crimes contra o patrimônio e
contra a vida, que também apresentam números elevados.
Uma das medidas
definidas para coibir a circulação de drogas foi proposta pela juíza
coordenadora da audiência. Tereza Palhares sugeriu a intensificação da
fiscalização nos terminais de espera para travessia marítima, entre a Ilha de São
Luís e o continente, e nos acessos para outras cidades da região. Segundo a
magistrada a vulnerabilidade desses pontos facilita a atuação de grupos
criminosos.
Ela também lembrou
que cerca de dez municípios da Baixada Maranhense ainda estão sem delegado de
polícia civil, o que agrava o problema da segurança região onde Pinheiro está
inserido. A juíza propôs a criação de uma comissão para monitorar as metas
traçadas e definiu uma nova reunião para o dia 20 de agosto, quando também
deverá ser discutida a implantação, no município, da metodologia APAC
(Associação de Proteção e Assistência aos Condenados).
O desembargador
Froz Sobrinho, coordenador da Unidade de Monitoramento Carcerário do TJMA
(UMF), disse que é preciso a mobilização de toda a sociedade civil, mas
principalmente dos poderes constituídos, no sentido de promover ações de
melhoria da qualidade de vida das pessoas. Ele destacou o trabalho para
melhoria da execução penal que vem sendo realizado no Estado, o que permitiu ao
Maranhão, nos últimos cinco anos, avançar da penúltima para a terceira posição
no ranking dos tribunais mais eficientes nessa atividade.
Outra medida
debatida foi a conclusão da nova unidade prisional de Pinheiro, que ainda estão
com as obras paralisadas. Segundo Camila Neves, subsecretária da Secretaria de
Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) as obras serão retomadas ainda em
julho e a previsão é de que até dezembro esteja concluída. Essa foi, inclusive,
uma das medidas integrantes do Termo de Cooperação firmado pelo Governo do
Estado com o Conselho Nacional de Justiça, quando ficou estabelecida a entrega
para janeiro de 2016.
O comandante da
Polícia Militar, coronel Marco Antonio Alves, informou que a obra de costrução
do quartel do 10º Batalhão está sendo retomada, o que vai permitir um trabalho
mais eficiente da PMMA. O comandante também garantiu que até fevereiro de 2016
o batalhão vai receber mais 72 policiais. Atualmente o 10º Batalhão conta com
137 policiais para atender 12 municípios da região.
Representando a
Corregedoria da Justiça, o juiz Rodrigo Nina, que é membro da Comissão
Sentenciante, reforçou o apoio do órgão nas ações integradas para o
fortalecimento do Sistema de Justiça. Ele comunicou que a Corregedoria já está
planejando um mutirão de análise dos processos com réus presos, que hoje se
encontram em delegacias e na Unidade de Ressocialização de Pinheiro.
A Corregedoria
também vai realizar, por meio da 1ª Vara, um mutirão de saúde nas duas
delegacias e na unidade prisional. A iniciativa deverá ser realizada ainda no
mês de agosto e contará com o apoio da Prefeitura. Filuca Mendes, prefeito de
Pinheiro, garantiu todo o suporte para a realização do mutirão e afirmou que o
apoio será permanente. Na oportunidade, deverão ser realizados diversos exames
médicos e odontológicos.
O delegado-geral da
Polícia Civil, Augusto Barros, reconheceu a escassez de agentes e delegados na
região, mas disse que já há planejamento do Governo do Estado para suprir essa
necessidade. Barros adiantou que foi concluído um estudo para implantação do
Núcleo de Inteligência para a região, que ainda aguarda aprovação. Segundo a
proposta, o objetivo é implantar um núcleo em cada uma das 18 regionais, para
aperfeiçoar o trabalho de investigação. Hoje, somente São Luís e Imperatriz
contam com essa estrutura.
Populares também
reclamaram do número excessivo de festas e questionaram os critérios para a
liberação das autorizações para realização de eventos. Eles relataram casos onde
teriam ocorrido abusos de autoridade cometidos por policiais, o que será
apurado pelo Comando da PMMA. Outra providência solicitada foi encaminhada ao
Judiciário e trata da criação e instalação de uma vara competência exclusiva de
processos criminais.
Participaram da
audiência o vice-presidente da Câmara, Valter Soares; o prefeito de Pinheiro,
Filuca Mendes: o promotor Jorge Luis Ribeiro; o presidente da OAB local, João
José da Silva; o subsecretário de Segurança, delegado Saulo Everton; o
comandante do 8º Batalhão de Bombeiros Militares, tenente-coronel Edvan
Lacerda; o coordenador executivo da UMF, Ariston Apoliano.
OBS: A ausência de
prefeitos, vereadores, juízes, promotores e delegados da região na audiência
pública mostrou a falta de comprometimento das autoridades da região no combate
a violência....
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