O Ministério Público do Maranhão (MP-MA)
constatou irregularidades nos terminais de Ponta da Espera, em São Luís, e
Cujupe, em Alcântara, e nos ferryboats das empresas "Servi-Porto Serviços
Portuários LTDA" e "Internacional Marítima LTDA", durante
inspeção realizada na sexta-feira (17). O objetivo é averiguar se o Termo de Ajustamento
de Conduta (TAC) firmado em dezembro de 2014 com as duas operadoras e com a
Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) está sendo cumprido. A
informação foi divulgada nesta segunda-feira (20) pelo órgão.
Segundo o MP-MA, o TAC previa melhorias nos
procedimentos de embarque, ampliação da oferta de viagens e pontos de venda de
passagens, adoção de novos procedimentos de higiene e segurança, acessibilidade
para pessoas com deficiência e idosos, pontualidade, dentre outros. O prazo
firmado para o cumprimento de todas as cláusulas do TAC foi de 180 dias e
expirou no dia 15 de julho.
A implementação do sistema de bilhetagem
eletrônica e venda pela internet foi um dos pontos descumpridos no TAC. Em
relação à cláusula que determina a padronização visual das embarcações a fim de
facilitar a identificação da prestadora do serviço, apenas a Internacional
Marítima cumpriu.
De acordo com o corregedor-geral Suvamy
Meireles, as operadoras e a Emap já sinalizaram o pedido de prorrogação para
tentar sanar as irregularidades. "O Ministério Público vai acompanhar,
atentamente, a fim de garantir o cumprimento do acordo e resguardar os
interesses e direitos dos consumidores".
Passageiros participaram de audiência pública
Reclamações
Ao chegar ao terminal de Ponta da Espera, consumidores reclamaram à comissão de
inspeção que estavam esperando por passagens há mais de nove horas. Mesmo
assim, as empresas não disponibilizaram viagens extras, que só foram marcadas
após o questionamento dos promotores.Reclamações
Em seguida, a comitiva embarcou no ferry-boat
da Internacional Marítima. Na rampa de acesso, os membros do MPMA verificaram o
descumprimento do item do TAC referente ao procedimento de segurança, pois os
passageiros dividiam a entrada com os veículos, expondo os consumidores a risco
de atropelamentos.
Os banheiros também foram inspecionados. Além
da falta de limpeza, a situação mais crítica foi observada no espaço feminino,
onde a porta não é travada por dentro devido a fechadura estar quebrada. Outro
ponto descumprido do TAC é a ausência de grades de proteção nas laterais dos
barcos, que deveriam ter sido instaladas. O problema é comum às duas
operadoras.
Durante a viagem, foram realizadas duas
audiências públicas nos trechos Ponta da Espera-Cujupe e vice-versa, ambas na
embarcação da Internacional Marítima. O público foi informado sobre a inspeção.
As principais reclamações dos passageiros
foram as filas de espera para embarcar, a dificuldade para comprar as
passagens, a falta de sinal de telefonia celular e internet no terminal de
Cujupe, a situação dos banheiros, o tratamento dispensado aos passageiros e a
falta de profissionais de saúde para atendimentos de emergência de passageiros.
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