quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Ciro Gomes: “a esta altura o Lula já prometeu a candidatura para o Flávio Dino”

Em entrevista ao jornal El País, Ciro Gomes, ex-governador e vice-presidente do PDT, insinuou que o ex-presidente Lula prometeu apoiar a candidatura de Flávio Dino à Presidência da República. “Inclusive estou explorando a mentira do Lula. Porque a esta altura o Lula já prometeu a candidatura para o Flávio Dino, já insinuou que o Camilo Santana pode ser o candidato. O coitado do Haddad, que é saco de pancada e matéria para qualquer uso. E se submete a esse tipo de coisa. O Lula está dando corda ao Boulous. É um filme velho que eu conheço”, disse.
Abaixo, trechos da entrevista de Ciro. Veja a íntegra AQUI.
Mas o senhor quer ser presidente em 2022?
R. Quero muito. Mas quero ser presidente baseado numa ideia lúcida. Porque costumo sair muito popular das experiências de governo que tive. Gosto de sair muito popular. Para isso preciso que as pessoas conheçam o problema, racionalizem as soluções, e votem nas minhas ideias e não nas minha personalidade. O Brasil precisa desesperadamente construir uma alternativa. Não sei se serei eu, mas vou ajudar a construí-la. Porque é necessário. Não é fácil, simples e é extremamente arriscado, mas é um dever moral que eu tenho com o meu país. Inclusive estou explorando a mentira do Lula. Porque a esta altura o Lula já prometeu a candidatura para o Flávio Dino, já insinuou que o Camilo Santana pode ser o candidato. O coitado do Haddad, que é saco de pancada e matéria para qualquer uso. E se submete a esse tipo de coisa. O Lula está dando corda ao Boulous. É um filme velho que eu conheço. Quantas vezes ele disse ‘você é meu candidato, o único cara que foi leal comigo. O resto só quer me explorar’… aos prantos com dona Marisa, Patrícia Pilar, minha ex-mulher, com os filhos, a gente jogando baralho.
Por que você diz que construir uma alternativa “é extremamente arriscado”?
R.  Porque é muito mais fácil entender que as coisas são preto ou branco. No imaginário popular é Fla x Flu. E eu estou querendo lembrar que existe o Vasco e o Fluminense. Hoje a crise brasileira tem três camadas. A primeira vem de fora, a exaustão do modelo neoliberal com a dissecção do pensamento progressista global. A Inglaterra que fecha o Parlamento baseado numa lei de 1600. Os Estados Unidos, na mão do Trump. A segunda crise é nossa. A Constituição de 88 se exauriu, foi pródiga na promessa, mas foi ao estelionato, nunca se cumpriu. E os dois operadores dela se desmoralizaram na esteira de operá-la de forma disfuncional, o PSDB e o PT. O elo social-democrata foi revogado na prática e institucionalmente, com a emenda que congela os gastos públicos por 20 anos. Na minha opinião é uma emenda inconstitucional. Mas assim não será entendida porque o mercado a quer. A terceira é a maior crise socioeconômica da história do Brasil. Isso tudo explode nas costas do povo de uma forma muito pesada. Os traços comuns estão aí explicando outros países, Argentina, Chile… Essas três crises juntas têm um poder de combustão e pega o Brasil na mão de um amador, sectário, burro, mal assessorado. É humilde que eu examine esse poder de combustão à distância. Até para poder não ter medo de dizer o que eu preciso dizer. Estou querendo ser uma certa voz, estar prevenindo as coisas, dizendo como poderia ser diferente, antecipando questões para ganhar respeito. Para ser talvez um dos fatores com o qual o país possacontar. Não necessariamente o único, gostaria que tivesse outros. Minha conversa com Haddad, Rui Costa, Flávio Dino, Aldo Rebelo, Tasso Jereissati, Rodrigo Maia, ACM Neto era essa. Estou preocupado com o Brasil como nunca estive na minha longa vida pública.

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