O
Plenário da Câmara dos Deputados derrotou, na noite desta terça (26/5), o
sistema eleitoral do “distritão”. A proposta foi defendida pelo vice-presidente
da República, Michel Temer (PMDB), e pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). Pela proposta, a eleição de deputados federais, estaduais, distritais
e vereadores passaria a ser feita de forma majoritária, semelhante à adotada
hoje para os senadores. Apenas 210 deputados foram favoráveis à proposta, e 267
votaram contra. Houve cinco abstenções. Trezentos e oito votos são necessários
para aprovar uma PEC.
O bloco
do PMDB, o Democratas e o Solidariedade orientaram as bancadas a votar
favoravelmente ao “distritão”. O PCdoB, historicamente contrário à proposta,
surpreendeu ao também orientar a bancada a votar favoravelmente. PSDB, PSD e
PROS, que originalmente eram contrários, liberaram as bancadas ao reconhecer
que havia parlamentares favoráveis ao distritão. Os líderes do governo e da
oposição liberaram as bancadas.
“A minha
opinião pessoal já é conhecida. Eu acho que sim (que o distritão é o melhor
sistema). Não há nada pior que o sistema atual. Minha opinião. Mas, se o
distritão não atingir 308 votos, significa que a Casa preferiu o sistema
atual”, disse
Cunha antes do início da ordem do dia.
Ao longo
desta semana, a Câmara votará de forma “fatiada” vários temas da PEC da reforma
política. Depois da escolha do sistema eleitoral, os parlamentares devem
discutir a forma de FINANCIAMENTO das campanhas, o que pode ocorrer ainda hoje.
As propostas aprovadas serão levadas ainda a 2º turno na Câmara, antes de seguirem
para o Senado, onde serão votadas também em dois turnos.
Com a
rejeição do “distritão”, o próximo modelo a ser votado é o chamado “distritão
misto”, defendido pela bancada do PROS, em que metade dos parlamentares é
eleito pelo distritão, e a outra metade pelo sistema de lista fechada.
Distrital
misto e lista fechada rejeitados
Horas
antes, o Plenário da Câmara já havia rejeitado outras duas propostas. O
distrital misto, defendido pelo PSDB, teve 99 votos favoráveis e 369 votos
contrários. Pela proposta, metade dos parlamentares seria eleita em distritos,
conforme o modelo inglês, e a outra metade seria eleita por meio da lista
partidária. PPS e PV também orientaram as bancadas a votar favoravelmente à
proposta, de autoria do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG). DEM e PROS liberaram
a bancada.
Na
primeira votação nominal do dia, o plenário rejeitou por 402 votos contrários e
21 favoráveis o sistema de lista fechada. Dentre as bancadas, apenas o PCdoB
encaminhou a favor do voto em lista. De forma supreendentemente, o PT também
encaminhou contra a proposta, que é uma bandeira histórica do partido. O
plenário também registrou duas abstenções. Segundo o líder do PT, Sibá Machado
(AC), o partido acredita que o tema deve ser definido em uma lei ordinária, e
não em uma PEC.
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