Médico José Maria Assunção destaca participação do corpo clínico do Hospital de Câncer Tarquínio Lopes Filho no procedimento de grande porte. Foto: Wéllida Nunes
Para ampliar a assistência oncológica no Maranhão, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), estuda viabilizar junto ao Instituto Nacional do Câncer (Inca) a realização da Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica (HIPEC) que, através da sua associação com a Cirurgia de Citorredução (CRS), representa um grande avanço no prognóstico e sobrevida dos doentes acometidos por tumores abdomino-pélvicos que evoluíram para a carcinomatose peritoneal (CP).
Em dezembro, será realizada no Hospital de Câncer Tarquínio Lopes Filho (HCTLF), a primeira HIPEC pelo médico cirurgião oncológico Leonaldson Castro, do INCA, referência nacional e internacional em cirurgia oncológica e no método em questão. A equipe que participará do procedimento, previsto para o dia 2, integra o corpo clínico do HCTLF.
“Essas iniciativas proporcionam uma maior resolutividade na área oncológica. Estamos trabalhando para qualificar e ampliar os serviços de saúde pública oferecidos à população do nosso estado”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula.
Segundo o diretor geral do Hospital de Câncer, o médico José Maria Assunção, o procedimento de grande porte está em fase de avaliação. “Essa será a primeira cirurgia HIPEC realizada no estado. Tanto a rede pública quanto a privada ainda não disponibilizam esse nível de tratamento. A partir dessa primeira realização, a intenção é que seja estruturado o serviço permanentemente na unidade, pois precisamos acompanhar os avanços na área da oncologia que beneficiam o tratamento dos nossos pacientes”, explicou o diretor.
A CP é também chamada de câncer de peritônio e consiste na disseminação de células tumorais pela membrana que reveste os órgãos. Esse tipo de câncer sempre foi considerado como uma doença incurável e com uma esperança média de vida reduzida, de cerca de seis meses, após o diagnóstico. Antes desses avanços, o tratamento oferecido era apenas a quimioterapia sistêmica (na veia ou via oral), mas no que diz respeito à sobrevida dos pacientes, apresenta benefícios menores. Atualmente, com os novos quimioterápicos existentes e introduzidos no tratamento desta condição médica, os resultados são ligeiramente melhores.
“A HIPEC atua matando as células cancerígenas, aliada ao quimioterápico local, administrado na superfície peritoneal, que possui efeito a partir da absorção e possibilita a destruição de toda a doença microscópica existente. É diferente e mais eficaz que o tratamento sistêmico. Ela é uma cirurgia que representa os avanços da medicina nessa área, indicada para casos de câncer de ovário, apêndice, e outros tipos de cânceres ginecológicos, ou que tenham relação com carcinomatose peritoneal”, completou o médico oncologista e diretor geral do HCTLF, José Maria Assunção.
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