Senhor governador, a Baixada Maranhense é uma
microrregião de 20 mil quilômetros quadrados, composta por 21
municípios e habitada por mais de 500.000 habitantes. Na estação chuvosa, a
Baixada se transforma em uma imensa planície alagada, que forma o
majestoso Pantanal Maranhense, com toda a sua diversidade de fauna e de flora
que ornamentam os seus campos naturais. É um santuário ecológico de rara beleza
onde a paisagem muda de acordo com a época do ano. É uma região vocacionada ao
ecoturismo sustentável.
Encravada às margens do Golfão Maranhense e
ostentando diferentes ecossistemas e características bem peculiares, a Baixada
Maranhense é banhada pelos rios Aurá, Maracu, Mearim, Pericumã, Pindaré e Turi,
reunindo um dos maiores e mais belos conjuntos de lagos e lagoas do mundo, onde
está situado o mais extenso refúgio de aves aquáticas da região Nordeste. A
Baixada Maranhense foi transformada em Área de Proteção Ambiental (APA), por
meio do Decreto Estadual nº 11.900, de 11 de junho de 1991, em face da sua importância
ecológica, especialmente para as numerosas espécies de aves migratórias, que
utilizam a região como ponto de descanso, alimentação e reprodução.
Além do maior conjunto de bacias lacustres do
Nordeste, onde se destacam os lagos Aquiri, Cajari, Capivari, Coqueiro,
Formoso, Itans, Lontra, Maraçumé e Viana, a região possui extensos manguezais e
babaçuais. O complexo de lagos da Baixada constitui uma região ecológica de
destacada importância no Estado do Maranhão, não só como potencial hídrico, mas
pela importância socioeconômica que representa para as comunidades rurais,
tendo em vista a intensa atividade de pesca artesanal que alimenta a população
dos municípios baixadeiros, bem como parte da Capital do Estado.
Malgrado os seus encantos e belezas naturais (que a
tornam potencialmente rica), a Baixada tem sido desprezada pelos sucessivos
governos estaduais. Temos a população mais pobre do Estado, que sobrevive
basicamente dos programas de transferência de renda e da pequena agricultura
rudimentar. Na época da estiagem (outubro a janeiro), o cenário de extrema
miséria desperta piedade em qualquer pessoa. Nesse contexto, políticas públicas
destinadas à melhoria da qualidade de vida do campesinato baixadeiro se
tornaram inadiáveis e merecem ingressar na agenda da gestão progressista do
camarada Flávio Dino.
À guisa de contribuição,
sugerimos algumas obras emergenciais e estruturantes que produzirão
benefícios imediatos à sofrida população baixadeira: apoio à construção dos
diques da Baixada, recuperação da barragem do Rio Pericumã em Pinheiro,
pavimentação da estrada de Pedro do Rosário ao povoado Cocalinho em Zé Doca,
construção da ponte sobre o rio Pericumã ligando Bequimão ao litoral ocidental
do Estado, construção das vicinais de campo para represar água em fundos de
enseadas, construção da barragem do rio Maracu em Cajari, pavimentação da
estrada de escoamento do pescado de Itans a Matinha, reconstrução da barragem
da Maria Rita (beneficiando os municípios de São Bento, Palmeirândia Peri-Mirim
e Bequimão), implantação do pólo turístico da Região dos Lagos e reconstrução
da barragem do Félix entre Bequimão e Peri-Mirim. Governador, a Baixada espera
a sua ajuda. Forte abraço e votos de muito sucesso.
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