Por desatenção, a base governista aprovou, nesta terça-feira, 11, alguns requerimentos na CPMI do 8 de janeiro que vão contra a linha de investigação traçada pela relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA) — que é aliada do governo.
Mais cedo, o colegiado votou dezenas de documentos em bloco e os parlamentares governistas não se atentaram aos requerimentos que, anteriormente, já haviam sido reprovados por eles. Confira a lista com os principais:
- Cópia das imagens internas e externas das câmeras de segurança do Palácio da Justiça, que foram capturadas das 7 horas às 22h de 8 de janeiro de 2023;
- Informações detalhadas sobre todos os planos de voos feitos pelo presidente Lula com destino às cidades de São Paulo e Araraquara, em São Paulo, entre 6 e 8 de janeiro deste ano;
- O compartilhamento do Plano Escudo elaborado para a defesa dos Palácios Presidenciais; entre 1° até 9 de janeiro deste ano;
- Informações do Sistema Nacional de Registro de Hóspedes sobre todos os hotéis, pousadas e hospedarias do Distrito Federal nos períodos de 5 a 15 de dezembro de 2022 e 4 a 14 de janeiro de 2023;
- A relação de nomes das pessoas idosas detidas em 8 de janeiro;
- A relação dos nomes das crianças e dos adolescentes que foram detidos/recolhidos em 8 de janeiro;
Conforme noticiado na Edição 169 da Revista Oeste, a maioria desses requerimentos foi rejeitada em bloco com uma ação do governo para blindar alguns personagens importantes e documentos sigilosos do 8 de janeiro.
Na ocasião, o presidente da CPMI, deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), garantiu que a oposição poderia reapresentar os documentos para que fossem apreciados.
Contudo, faltavam ainda alguns requerimentos de informação para serem reapreciados — os que foram aprovados hoje. Ao perceber a desatenção, a base do governo tentou reaver as aprovações, mas Maia disse que “não faria o papel de assessor parlamentar” e manteve as aprovações.
Em contrapartida, o governo aprovou as quebras de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático de: Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal; de George Washington de Oliveira Sousa, condenado a mais de nove anos de prisão por colocar uma bomba nas dependências do Aeroporto de Brasília; edo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A estratégia governista é conseguir mais informações sobre esses três personagens que eles consideram importantes, pois, segundo a base, o trio não contribuiu para as investigações durante as oitivas.
Quando ouvidos pela CPMI, Cid e George permaneceram calados. Já Silvinei respondeu boa parte das perguntas.
Revista Oeste
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