A atuação do
setor público na Política Nacional de Resíduos é o tema da mesa redonda que
acontece hoje, 7, em Brasília, na programação do Congresso Internacional
Cidades Lixo Zero.
Coordenador
da Frente Parlamentar em Defesa da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o
deputado Victor Mendes, será um dos debatedores do tema, que também terá a
participação de Zilda Veloso, diretora de Qualidade Ambiental e Resíduos do
Ministério do Meio Ambiente. Também participam da mesa, Ernani Miranda,
representando o Ministério das Cidades e Heliana Katia Tavares Campos,
presidente da empresa de limpeza urbana do Distrito Federal - SLU/DF.
O Brasil
desperdiça, por ano, bilhões de reais por não assegurar tratamento e destinação
adequada ao lixo, questões essas cujas soluções foram apontadas na Política
Nacional de Resíduos Sólidos (Lei A Lei nº 12.305/10). A implementação da
Política, entretanto, não se resume ao fim dos lixões. A resposta estaria,
também, na responsabilidade compartilhada, com ações em conjunto de todos – governos,
empresários, consumidores e catadores.
Encontrar
alternativas para o financiamento das soluções de substituição aos lixões é um
dos grandes desafios na realidade atual ao lado de soluções eficazes para
inserção de catadores e aproveitamento de oportunidades advindas do lixo.
Mas, será
que basta estabelecer uma nova data para o fim dos lixões? O que está impedindo
os municípios de cumprirem a lei? Como o Governo Federal pode apoiar os
municípios no cumprimento dessa lei? E, principalmente, o que fazer para que
milhares de pessoas não percam sua única fonte de renda? Segundo o deputado
Victor Mendes essas são questões que marcam o debate hoje no País.
Mendes
defende que é impossível deixar o gerenciamento nas mãos dos municípios. Ele
lembra que a manutenção dos aterros sanitários é cara e as soluções de
consórcio até agora não se mostraram eficazes. Para o deputado, é necessário
rever alguns pontos da política.
“Como
diretriz, a Política Nacional é bastante completa. Mas, não está fechada e pode
ser revisada, inclusive com a criação de alternativas de financiamento, linhas
de incentivos e parcerias público-privadas. Se deixarmos somente nas mãos dos
municípios, sem uma fonte de receita, sem um incentivo, vai ser muito difícil
essa política ser implementada adequadamente”, justifica.
“Então, este
espaço no Congresso Cidades Lixo Zero é muito importante para que possamos
avaliar novas tecnologias e formas de atuação e de apoio às comunidades que
sobrevivem do lixo e aos municípios, aos segmentos empresariais, e também para
que o cidadão e os produtores reflitam sobre a necessidade de garantirmos a
destinação adequada dos resíduos sólidos. Essa é uma tarefa coletiva, que deve
nos mobilizar”, argumenta Mendes.
Congresso
Cidades Lixo Zero – Realizado no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, o 1º
Congresso Internacional Cidades Lixo Zero (Zero Waste Cities) está sendo
organizado pelo Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB), em parceria com o Governo de
Brasília. Reúne representantes de todos os continentes e especialistas
apresentando as melhores práticas e as mais avançadas tecnologias em
gerenciamento de resíduos sólidos. A ideia é que gestores públicos,
legisladores, consultores, consumidores, acadêmicos e sociedade troquem
experiências e possam discutir propostas futuras.
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