Nordeste do país perde cerca de 46,15% do recurso hídrico nos sistemas de distribuição, sendo uma das piores regiões no indicador
Divulgado no início do mês de junho, estudo sobre perdas de água realizado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, aponta a grande ineficiência do país no controle de perdas do recurso hídrico, em que mais de 40% da água é desperdiçada antes de chegar nas residências do país. O relatório analisou a situação em diversas localidades, fornecendo insights valiosos para aprimorar a gestão dos recursos hídricos.
Com mais de 14 milhões de habitantes sem acesso à água potável, a região Nordeste ainda enfrenta desafios nos indicadores de perdas. A região perde 46,15% do recurso produzido nos sistemas de distribuição, o que significa que quase metade da água tratada é desperdiçada antes de chegar às casas dos consumidores.
As perdas na distribuição de água são causadas por diversos fatores, como vazamentos nas tubulações, fraudes ou ligações clandestinas. Além disso, a falta de investimentos em infraestrutura também contribui para o problema. Para reduzir as perdas, são necessárias medidas como a substituição de tubulações antigas, a instalação de medidores de consumo, a fiscalização contínua e a conscientização da população sobre a importância do uso consciente da água.
Quadro 2 – Índice de Perdas na Distribuição nos estados do Nordeste
Entre os estados da região Nordeste, apenas Bahia e Paraíba apresentam perdas menores que a média nacional (40,15%). O maior desperdício do recurso hídrico é visto no Maranhão, em que mais da metade da água potável não chega nas residências da localidade – o mesmo acontece no Rio Grande do Norte. Por fim, é possível observar que os nove estados da região estão longe da meta estabelecida para 2034 pela Portaria 490/2021 do MDR de se alcançar 25% em perdas na distribuição (IN049).
A ineficiência no controle de perdas corrobora para que mais cidadãos do Nordeste fiquem sem o acesso do recurso tão fundamental para a vida. Uma vez que a região volte os esforços para solucionar este desafio, mais habitantes serão abastecidos com água potável. Ainda na região Nordeste, o saneamento é precário em áreas rurais e periféricas. Muitas comunidades não têm acesso a água potável e saneamento básico adequado, o que aumenta o risco de doenças e afeta a qualidade de vida dos moradores. Para solucionar esse problema, é necessário investir em infraestrutura e em programas de conscientização e educação ambiental. A falta de água potável e saneamento básico adequado afeta a produtividade das empresas e dificulta o desenvolvimento econômico da região, segundo o estudo “Benefícios Econômicos do Brasil”, lançado pelo Instituto Trata Brasil.
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