Os primeiros atos do prefeito de Pinheiro, Luciano Genésio (PP), já sinalizam o tom da gestão. Enquanto a maioria de seus colegas prefeitos lutam para montar uma equação que permita equilibrar receitas e despesas, enxugar a máquina pública, reduzir gastos sem sacrificar a prestação dos serviços ao cidadão, sob o comando dos Genésios, Pinheiro trafega na contramão.
Uma análise rápida da reforma administrativa preparada por Genésio Filho e já aprovada pela Câmara Municipal revela para onde caminha a lógica da nova gestão: a ordem é inchar a estrutura administrativa. O projeto traz como ‘novidade’ estratégias requentadas que, na prática, não passam de “cabide de emprego”, garantindo uma boquinha para aliados e amigos do “rei”. E o séquito é grande.
O Poder Executivo, por exemplo, funcionará com 19 secretarias [Administração, Planejamento e Finanças, Governo e Articulação Política, Transparência, Educação, Ciências e Tecnologia, Saúde e Saneamento Básico, Infraestrutura, Esporte, Juventude e Lazer, Comunicação, Assistência Social, da Criança, do Adolescente, do Idoso, e do Emprego e Renda, Da Mulher e Igualdade Racial, Meio Ambiente, Cultura e Turismo, Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico, Agricultura, Pesca, Abastecimento e Agropecuária, Segurança Alimentar e Nutricional, Segurança, Trânsito e Mobilidade Urbana, Representação Institucional e Comunitária, Urbanismo e Habitação e a Procurador Geral, que ganha status de secretaria].
O projeto prevê a reorganização da administração direta do Município, criando quatro subprefeituras nos povoados de Bom Viver, Pacas, Paraíso e Gama.
Para que se tenha uma ideia, só com salários e encargos de secretários e subprefeitos (terão status e vencimentos de secretários), a nova administração vai consumir cerca de R$ 150 mil reais por mês.
Se considerarmos apenas o número de secretarias anunciadas por Genésio, isso sem contar assessorias e com a estrutura de órgãos auxiliares e imaginando-se que cada secretaria tenha pelo menos dois secretários adjuntos [há casos em que se supõe até seis, a julgar pela nomenclatura das pastas, como por exemplo a Secretaria de Assistência Social, da Criança, do Adolescente, do Idoso, e do Emprego e Renda], o montante de recursos destinado ao pagamento de salários, encargos e vantagens apenas desse grupo deverá ficar acima de R$ 350 mil/mês. Estima-se que no total Genésio Filho deve empregar cerca de 600 comissionados.
Comparação – Uma visita rápida aos sites de prefeituras de municípios do porte de Pinheiro dão a real dimensão da reforma administrativa de Luciano. Basta comparar. Bacabal, por exemplo, tem em sua estrutura administrativa apenas 12 secretarias; Codó, oito secretarias; Coroatá, 16; Pedreiras, seis secretarias e duas divisões, duas assessorias e o Serviço Autônomo de Águas e Esgotos – SAAE; Imperatriz, 15 secretarias integrando uma estrutura que, no total, soma 22 órgãos e assessorias.
Municípios como Caxias, Timon, São José de Ribamar e São Luís são detentores de perfis administrativos que rivalizam com o de Pinheiro. Em Caxias, numa estrutura total de 28 órgãos públicos, 21 tem status de secretarias; Timon, tem 19 secretarias integrando um conjunto que inclui uma Agência de Desenvolvimento Municipal, sete coordenadorias, dois departamentos, duas fundações, um instituto, uma superintendência, além de Ouvidoria e Procuradoria.
Já São Luís detém 25 secretarias com suas subdivisões e órgãos auxiliares. E São José de Ribamar, dez secretarias, com 20 adjuntos e mais duas extraordinárias, dois departamentos, três assessorias e cinco coordenações.
Resta saber é se, na prática, essa fartura de órgãos e cargos em Pinheiro vai redundar em trabalho efetivo. Isso talvez explique o caos dos primeiros dias. A nova equipe, quem sabe por falta de espaço, anda batendo cabeça. Mais preocupada em gerar factoide do que descer do palanque. O duro é que toda lua de mel que se preze tem prazo de validade. Em outras palavras, uma hora acaba.
É aguardar e conferir.
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