terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Indiciado por corrupção, Josimar de Maranhãozinho pode ficar fora da disputa em 2018

O deputado Josimar Cunha Rodrigues, o Josimar de Maranhãozinho (PR), indiciado pela Polícia Federal (PF) por corrupção passiva em meio à investigação da Operação Cupim, poderá não disputar uma das dezoito vagas na Câmara Federal nas eleições de 2018.
O parlamentar é acusado de fazer parte de um esquema criminoso, em que era cobrada uma taxa para entrada de caminhões em áreas indígenas de Maranhãozinho, para extração de grande quantidade de madeira de forma ilegal. O esquema, segundo as investigações, teria ocorrido em 2011, período em que o deputado era prefeito do município.
Além de Josimar, a atual prefeita de Zé Doca, Maria Josenilda Cunha Rodrigues, a Josinha Cunha (PR), irmã do deputado e onze pessoas também foram indiciadas pelos crimes de corrupção passiva, prevaricação, concussão, peculato e formação de quadrilha ou bando. O indiciamento se deve ao inquérito de número 4392012 que surgiu a partir de investigações da PF.
Para os investigadores, o poder financeiro da quadrilha causou espanto, pois muito dos envolvidos no esquema possuem uma grande quantidade de bens avaliado em aproximadamente R$ 30 milhões.
“Não foi solicitada a prisão preventiva de nenhum deles porque, isso não é conveniente. O maior dano é o ambiental, que é irreparável; mas, o que nos causou espanto foi o poder financeiro da quadrilha, c grande quantidade de bens adquiridos recentemente por um dos envolvidos no esquema, que é avaliado em aproximadamente R$ 30 milhões”, declarou o delegado Alexandre Lucena durante entrevista à época, na sede da Superintendência da Polícia Federal, na Cohama.
O processo em que Josimar responde por corrupção tem como relatora a juíza Claudia Schlichta Giusti, titular da 1ª Vara Federal. Se condenado, além das punições e multas, o deputado pode ter graves consequências na sua carreira politica. Pela Lei da Ficha Limpa, pessoas condenadas por órgão colegiado em determinados crimes, como é o caso do peculato, ficam inelegíveis por oito anos.
HABEAS CORPUS PARA NÃO SER PRESO
Apesar de a PF não solicitar a prisão preventiva de nenhum dos investigados, os advogados do Josimar entraram, no dia 7 de janeiro de 2013, com um habeas corpus preventivo para que ele, a esposa Maria Deusdete Lima, prefeita de Centro do Guilherme e outros investigados, não fossem presos nas Operações Cupim e Arco de Fogo, ações que investigaram o crime contra o meio ambiente naquela região. A petição foi apresentada ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em São Luís.
Josimar Cunha usou o cargo da mulher para enganar a justiça tentando garantias para não ser detido. Na petição, a defesa afirmou que a mulher do deputado estava no cargo de prefeita e não poderia ser presa por ter imunidade do cargo, pedindo que o tribunal concedesse “ordem de habeas corpus, evitando-se o constrangimento ilegal e reconhecendo o direito do paciente de permanecer em liberdade”.
Ao decidir sobre o caso, a juíza Claudia Schlichta Giusti, da 1ª Vara Federal, declinou da competência e determinou o encaminhamento dos autos ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região.


DEPUTADO JÁ FOI DECLARADO INELEGÍVEL
Enquanto tenta se defender do indiciamento da PF sobre corrupção, o deputado Josemar já foi declarado inelegível por 08 (oito anos) pelo Juízo da 101ª Zona Eleitoral no processo por compra de votos na eleição de 2012, em que o prefeito e o vice de Maranhãozinho, José Auricélio de Morais Leandro e Raimundo Tarcísio de Lima, foram condenados.
A denúncia foi levada à justiça através de pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE). Nos autos, os gestores municipais chegaram a ter seus mandatos cassados, mas a Justiça os manteve nos cargos até o julgamento final da ação de investigação judicial eleitoral.
Segundo o MPE, os acusados praticaram captação ilícita de sufrágio ao distribuir materiais de construção e outros benefícios aos eleitores. Além disso, eles, ainda segundo o MPE, utilizaram veículos da Prefeitura de Maranhãozinho para entregar parte do material.
Além da decretação de inelegibilidade, o MPE pede ao Poder Judiciário a condenação de Josimar por abuso de poder econômico e político.
MAIS CASOS DE ABUSOS
A partir de hoje o blog do Kiel Martins vai incitar uma série especial sobre casos de corrupção e abuso de poder envolvendo o deputado Josemar. Numa dessas matérias, reservamos espaço para comentar sobre a eleição da irmã dele, em Zé Doca e da polêmica do parlamentar com o juiz Clésio Coelho Cunha. Aguardem!

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