Qualquer mudança na
direção de uma instituição gera enorme expectativa de seus integrantes,
principalmente quanto ao futuro e como o novo gestor direcionará suas ações
administrativas e operacionais, a partir dali. No caso da gloriosa Polícia
Militar do Maranhão, muito mais, porque, se de um lado a população maranhense,
hoje carente da sensação de segurança pública, espera colher em breve os
resultados positivos com mudanças e ações que possam prover a tão sonhada
tranquilidade pública, os policiais militares, muito mais; pois, além de
desenvolverem suas atividades cotidianas em benefício das comunidades, também
se preocupam com a sua própria segurança pessoal, a qual foi colocada em xeque
recentemente, além de efetivas providências no atendimento de seus anseios que
até então era impossível de ocorrer.
Desde o dia
17/04/2009 quando assumiu o comando da secular instituição policial militar, o
coronel substituído neste último 18/11/2013, implantou políticas internas que
causaram desagrados, insatisfações, irritações e desmotivações, refletindo de
pronto no desmonte estratégico da cultura e da tradição policial militar e que
sem sombra de dúvidas passou a balançar os pilares essenciais institucionais
(hierarquia e disciplina), sem atermos a sua perene responsabilidade em
contribuir para a elevação dos índices de violência e criminalidade, vez que a
tropa totalmente desmotivada perdeu a credibilidade em seu comandante maior – o
Comandante Geral da PMMA.
Essa afirmação não é
minha, foi simplesmente o eco do dia-a-dia dos quartéis, retratadas após as
constantes e insistentes denúncias exploradas pela mídia e não apuradas.
A omissa postura
adotada, traduzida na falta de habilidade em levar a Exmª Governadora do
Estado, os anseios de sua tropa, preferindo propiciar a um pequeno grupo
“beness” em detrimento do simples comandamento imparcial, profissional, legal
que beneficiasse a todos, acabou por fazer eclodir um movimento paredista com a
participação significativa de uma parcela dos verdadeiros executores da
segurança pública – as praças, após mais de 170 anos da PMMA, corporação de
relevantes serviços prestados a sociedade maranhense.
A oficialidade
experimentou entristecida a vilipendiação pública do seu dirigente maior
transcrita na decisão judicial quando o MM. Juiz de Direito Titular da
Auditoria da Justiça Militar do Estado do Maranhão, julgando improcedente o
pedido de prisão preventiva dos policiais militares organizadores da
paralisação da PM e CBM, no dia 25/11/2011 (amplamente divulgado na mídia,
inclusive com o teor da decisão), ratificou o que já era público e notório: a
perda de confiança por parte da tropa em relação ao seu Comandante.
A situação
insustentável levou a agonia institucional com clarividência de uma nova
paralisação da tropa, desta vez, pela inaceitável permanência a frente dos
destinos da corporação de um Comandante que insistia em permanecer na condição
de dirigente, tendo contra si todos os critérios de sustentabilidade: aval da
tropa, apoio da oficialidade, simpatia da população, crença das autoridades em
imediata mudança do “status quo” e profissionalismo, agarrando-se em todas as
possibilidades como um náufrago em mar aberto abraçado com um dos remos de um
bote a deriva.
Da plêiade de
oficiais a frente das Unidades Policiais Militares não existe grandes
contestações, pois todos são comprometidos com o objetivo maior que nos move em
realidade o problema se encontrava na gestão macro institucional centrada na
figura do Senhor Comandante Geral.
Eis que finalmente a
“Comandante Em Chefe da PMMA”, a Exmª Sra. Governadora do Estado, cansada de
hipotecar solidariedade e proporcionar apoio incondicional, entre a “cruz e a
espada”, respaldada pelos clamores de seus comandados, não lhe restou outra
alternativa senão a troca do comando, a fim de acalmar os ânimos da tropa e
depositar as esperanças do retorno institucional aos trilhos da credibilidade,
da viabilidade e da importância social.
Escolheu entre os
dezoito coronéis do serviço ativo, o Cel QOPM Aldimar Zanone Porto, homem de
inúmeros serviços prestados a população maranhense, com uma vasta experiência
profissional no interior do Estado e que por onde passou desempenhou com
galhardia, seriedade, conduta ilibada, companheirismo, eficiência e eficácia as
UPMs, recebendo no último dia 18/11/13, a difícil incumbência - encontrar o
caminho da paz interna e estimular a tropa a voltar a exercer o seu verdadeiro
papel – guardião da sociedade maranhense.
Tão logo foi
divulgado na mídia, o semblante dos policiais militares mudou, o clima nos
quartéis passou a ser de alegria, começou em massa o gradativo retorno a
segunda casa dos profissionais de segurança pública que passaram a comemorar
nos bate-papos informais. O dialogo passou a ser a palavra de ordem.
Em meus quase 33 anos
de efetivos serviços vivenciados na corporação, já tendo a oportunidade de
servir com mais de 17 ex-comandantes gerais, acompanhei suas mudanças (o que
consideramos natural, afinal, as trocas oxigenam a instituição e são
consideradas como missões institucionais), entretanto, tristemente afirmo que
nunca presenciei um oficial superior alcançar significativo índice de rejeição,
de ódio, de desprezo e de desconsideração, o que é lamentável, afinal, todos
nós policiais militares somos companheiros, somos irmãos, somos a parcela da
sociedade que apanha, é violentada, é agredida, mas sempre teremos o sacerdócio
como a nossa bandeira principal.
Mas os tempos são
outros, novo comando, novas esperanças, mudanças que estão sendo implementadas
para recuperar esse longo interregno de tempo perdido – 04 anos, 07 meses, 01
dia – retorno da alta estima, motivação exalando por parte de todos, vontade de
bem servir, pequenas ações adotadas que já revelam a cara do novo comandante,
baseadas no respeito, na consideração, na diferença de tratar os seres humanos,
na preocupação institucional, enfim, no bom comandamento da maior corporação maranhense,
presente em todos os municípios deste Estado.
A demonstração
inicial ofertada pelos oficiais de ombreamento e caminhar lado a lado neste
novo projeto, por si só já evidencia que o nosso Comandante Geral terá todo o
apoio e estímulo para fazer um grande comando, os desafios são enormes, ninguém
os desconhece, mas a boa vontade é geral e única.
Tardou, mas, enfim
aconteceu.
Por: Coronel Augusto Furtado Moreira
Por: Coronel Augusto Furtado Moreira
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