O subsecretário de Estado da Saúde José Márcio
Leite, presidiu nesta quarta-feira (27), a conferência de abertura do "II
Congresso Maranhense de História da Medicina". O congresso acontece nas
dependências da sede do Conselho Regional de Medicina (CRM/MA), no Renascença,
em São Luis.
De acordo com a presidente do congresso, professora
Andrea Marques Pires o evento promovido pela Sociedade de História de Medicina
do Maranhão e Departamento de Patologia da UFMA, traz em seu tema
"Medicina Colonial no Maranhão", a síntese para despertar no público,
em sua maioria estudantes de medicina de universidades e faculdades da capital,
a importância de se conhecer o surgimento da profissão no estado e como afastar
da atualidade problemas remanescente deste surgimento, que ainda dificultam o
pleno exercício e a ética da profissão.
"Esse congresso traz em seu foco a importância
de se discutir a história da medicina com o valor científico pautado nessa
conduta de se conhecer a história, para que se aplique medidas no presente que
mudem o futuro da profissão, a qualidade do serviço prestado a sociedade pela
classe médica, e prover um olhar mais crítico e humano para com estas
questões", diz ela, citando como exemplo o momento vivido pelo país em
torno das discussões acerca de médicos estrangeiros clinicarem no Brasil pelo
Programa "Mais Médicos do Governo Federal".
Ela enfatiza ainda que o congresso fomenta a
necessidade de suprir lacunas com a falta desta cadeira em outros centros
acadêmicos, que não instituíram esta temática em sua grade curricular. "É
preciso que outras instituições de ensino despertem para a importância do valor
científico dessa cadeira, como fez a Universidade Federal, para a formação de
novos profissionais", conclui.
Palestra
A palestra de abertura de conferência "Da
Medicina Colonial ao SUS no Maranhão", proferida pelo médico José Márcio
Soares Leite, transportou os espectadores até os primórdios da medicina no
Brasil e no Maranhão, revelando através de dados e fatos históricos o sofrível
nascimento da profissão desde o primeiro esboço, com a prática dos curadores,
barbeiros e sangradores, passando pelos boticários, a formação dos primeiros
médicos no Maranhão - a citar o precursor da medicina Thomaz D'Lastre (1612),
que veio ao Maranhão em caravelas partidas de Portugal - as diversas epidemias
ocorridas, a criação dos primeiras casas de caridade e hospitais, até chegar às
dificuldades enfrentadas para estabelecer um sistema de atenção que culminou na
instituição, em 1988, do Sistema Único de Saúde (SUS). Impactos positivos e
dificuldades que se ampliaram com o passar do tempo e inúmeros acontecimentos
que transformaram a sociedade brasileira.
"Com a criação do SUS em 1988, não se previu
aspectos decorrentes de fatores como aumento e envelhecimento da população
brasileira, forçando a elevação de custos e subfinanciamento dos serviços,
culminando na 'judicialização' da saúde", revelou. Atualmente José Márcio
é presidente da Academia Maranhense de Medicina, membro do Instituto Histórico
e Geográfico do Maranhão, professor do Departamento de Saúde Pública da UFMA, e
Médico do Ministério da Saúde.
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