A declaração do ex-prefeito Antônio Diniz de que a “Carreata da História” foi um “fracasso” gerou reações de Nestor Júnior e do dono da extinta Banda AMAS, Nonatinho. O candidato a vice-prefeito na chapa de Robson Cheira e o correligionário da “Onda Azul” classificaram Diniz como “cachaceiro” e “desgraça da oposição”, respectivamente. A resposta de Sinhô a Diniz veio a galope, por meio de mensagens no WhatsApp. Nonatinho, horas mais tarde, usou o mesmo canal.
Ao ouvir o áudio do ex-prefeito Antônio Diniz criticando a carreata da marola azul, formada pelo Partido Liberal e pelo Avante, Nestor Júnior não deixou barato. O candidato a vice de Robson Cheira rebateu as acusações do pedetista, fazendo referências à vida boêmia de Diniz e insinuando que o pedetista estaria embriagado quando gravou o áudio: “é muita cachaça”, afirmou Sinhô. A resposta veio: “Não sou do teu jeito. Estou altamente sóbrio. E não nego pra ninguém, bebo e fico bêbado, de acordo com minha conveniência”, reconheceu Diniz, durante discussão em grupo do WhatsApp.
Na conversa, Antônio Diniz se gaba de seu prestígio jurídico, porque conseguiu uma liminar para concorrer às eleições de 2020, em caráter provisório. É que o candidato responde a processos por desvios de recursos da educação, que somam quase R$ 9 milhões. Diniz também carrega em seu currículo assombroso o sucateamento do sistema de saúde do município, durante a sua gestão catastrófica, entre os anos de 2009 e 2012.
Esses fatos e o passado de Diniz forçaram a migração de parte de seus apoiadores para a “Marola Azul”, o que teria causado indignação ao “barbudinho”, que quer a todo custo voltar a ser prefeito de Bequimão, mesmo com o passado tenebroso que ostenta e que não deixou saudade à população bequimãoense. Prova disso foi o evento de inauguração do Comitê do pedetista. Sem forte apelo popular durante a campanha de 2020, Diniz decidiu partir para o ataque à ala adversária de oposição, pois seu desempenho em termos de “povo na rua, povo no chão”, como diz o próprio candidato, foi pífio.
*Tentativas em vão*
Nonatinho, que já alegou em desabafos passados ter levado calote de Antônio Diniz, voltou a cutucar o líder da ala oposicionista da qual fazia parte. “Se a carreata de ‘Cheira’ não tinha ninguém, imagina a dele, que não chegou nem a metade do que tava. A gente viu. A obsessão pelo poder nos cega e faz com que a gente não consiga olhar as coisas. Você deve, sim, lutar por seus objetivos, mas não se tornar escravo de uma desastrosa e amarga corrida pelo poder, onde tudo gira em torno de você mesmo”, disse o proprietário da antiga Banda AMAS sobre os reais objetivos das alas de oposição.
Nonatinho conta que a atitude de Diniz nada mais é do que o reflexo do seu ego. Ele diz que o ex-prefeito pretende se perpetuar no poder. Junto a outros sete amigos, Nonatinho até tentou costurar um acordo que resultasse na união entre os oposicionistas, mas todo o esforço foi em vão, devido à resistência de Diniz em reconhecer que já não concentra mais a totalidade do pequeno grupo em torno do seu nome.
“Estive à frente com sete amigos de um grupo que fazíamos reuniões todos os dias pra ver se unia esse povo, nunca que conseguimos, porque tudo que Diniz disse lá foi só mentira. Ele nunca largou de mão a sua candidatura. Um dia era ele, um dia era um filho, um dia era a mulher, depois voltou pra ele. Tirou o filho. Uma candidatura frustrada. E hoje ele diz que ele tem muita esperança de ganhar. Mas uma esperança errada, Diniz, com certeza é uma vida frustrada”, afirmou Nonatinho.
*Parábola da derrota*
Prestes a concluir o seu raciocínio sobre Antônio Diniz, Nonatinho fez uma analogia entre a situação política do município e o Campeonato Brasileiro. “Hoje eu avalio a eleição daqui como o Campeonato Brasieiro. João Martins como se fosse o Internacional [1º lugar na tabela]. Robson Cheira como se fosse o Flamengo [2º lugar], colado. E olha que o Flamengo, quando começou o campeonato, ele teve na zona de rebaixamento. Veio subindo. Veio subindo, subindo e ficou colado com o Internacional, como está hoje. E, você, infelizmente, Diniz, eu tenho que dar um depoimento sobre o meu Vasco, que eu gosto tanto. Que eu amo muito. Sou vascaíno de coração pra quem não sabe. Mas o Vasco, hoje, ele não está jogando pra ser campeão. Ele está jogando pra se segurar, para não chegar na zona de rebaixamento novamente. Só por isso. Não pra ser campeão. E você do seu time, Diniz, você é o técnico. Mas o técnico que perdeu o controle dos jogadores, que cada dia sai um. E os teus jogadores, que você colocou no banco, que é o povo, estão pedindo pra sair do time. Então, querido, você tem que se tocar”, disparou Nonatinho. Na avaliação dele, só tem uma coisa que não se sustenta. Todos que têm acesso às pesquisas sabem que a distância entre o primeiro e o segundo colocado é muito maior. Não tem nenhum candidato colado a João Martins nas intenções de votos.
Nonatinho reforçou seu posicionamento, classificando Antônio Diniz como “desgraça da oposição” e acusando pedetista de fraudar pesquisas eleitorais para se manter à frente das alas oposicionistas. “Quando você fala em bom senso, pra ir pro teu lado, que bom senso é esse, rapaz? Que bom senso? Pra quê? Quer fazer pesquisa de novo? Pra quê? Pra ti manipular a pesquisa, como tu fizeste lá em 2012, a de César. César tava 12 pontos na tua frente e tu veio, fez uma pesquisa e vir colocar tu na frente. Porque todos dizem que o único responsável de tudo isso é você. Me lembra uma coisa que Zé Mingau sempre dizia que a desgraça do nosso grupo tinha um nome: era Antônio Diniz e cada dia eu me capacito mais disso”, afirmou Nonatinho.
*Negativa de apoio*
Uma apoiadora de Robson Cheira disse que o ex-vereador teve a candidatura deferida para disputar as eleições. “Robson está apto e deferido para ser candidato”, disse a correligionária. Diniz retrucou: “kkkkkkk. Eu não estou? A minha candidatura foi homologada primeiro do que a dele. E já perderam todos os prazos de recurso. E ele escapou por pouco. Ou você não sabe disso?”, questionou Diniz, relembrando à eleitora que Robson Cheira omitiu bem em sua declaração.
Segunda a apoiadora, Diniz quer mesmo é implantar uma ditadura em Bequimão, uma vez que o orgulho do pedetista não permite que ele abra mão da própria candidatura. Além do ego inflado, Diniz tem medo de ter o mesmo destino que o filho de Leonardo, que desistiu da disputa por falta de apelo popular à sua candidatura. Porém, diferente do republicano, Diniz parece não querer admitir que a sua má gestão deixou marcas de sofrimento profundas na história do povo de Bequimão.
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