domingo, 8 de outubro de 2023

Vai virar filme!!! Há 35 anos, um maranhense desempregado sequestrou um avião e seu plano era matar o ex-presidente José Sarney…

 

No dia 29 de setembro de 1988, o sequestro de uma aeronave em pleno voo prendeu a atenção dos brasileiros. O crime aconteceu em um voo que partiu de Porto Velho, em Rondônia, rumo ao Rio de Janeiro com 110 pessoas a bordo.  O voo Vasp 375, no Boeing 737-317, previa quatro escalas entre a origem e o destino: Cuiabá, Brasília, Goiânia e Belo Horizonte.

Quando o avião já se encontrava no espaço aéreo do Rio de Janeiro, um homem portando arma calibre 32 anunciou o sequestro. O sequestrador era o maranhense Raimundo Nonato Alves da Conceição, então com 28 anos.

O Brasil vivia severa crise econômica, era a época da hiperinflação. O sequestrador planejava assassinar o presidente da República José Sarney, a quem culpava por ter perdido o emprego. Raimundo Nonato embarcou no Aeroporto de Confins, região de Belo Horizonte, na última escala antes do destino final. Ao tentar entrar na cabine, baleou um comissário que bloqueou sua passagem. O tratorista, que carregava mais 90 balas na mochila, disparou tiros contra cabine e acabou acertando outro comissário.

Com o sequestrador já na cabine, o piloto Fernando Murilo de Lima e Silva (falecido em 2020) alertou o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) sem que Raimundo Nonato percebesse. Em meio às tentativas de manter o contato via rádio com o Cindacta, o copiloto Salvador Evangelista (foto) levou um tiro na nuca e morreu na hora.

Com a tensão instalada no voo, o sequestrador manteve a arma apontada para o piloto ordenando que ele conduzisse o avião até Brasília. Nesse momento, Raimundo revelou seu plano: colidir a aeronave com o Palácio do Planalto, a fim de assassinar Sarney.

Com o argumento de que as condições climáticas desfavoráveis não permitiriam visualizar o palácio presidencial, o piloto convenceu o sequestrador a desistir do plano. No entanto, o tratorista não aceitou a proposta de pousar em Brasília, exigindo que o piloto rumasse para São Paulo.

Lima e Silva conseguiu pousar no inicio da tarde no Aeroporto Internacional Santa Genoveva, em Goiânia, recorrendo a manobras de alta perícia visando desequilibrar o sequestrador. Em terra, foram horas de tensa negociação entre as autoridades de segurança e o criminoso. Quando descia da aeronave usando o piloto como proteção humana, o tratorista foi atingido por três tiros disparados por agentes de elite da Polícia Federal.

Nenhum dos passageiros saiu ferido. Raimundo Nonato morreu dias depois no hospital – a causa oficial foi anemia falciforme. O enredo eletrizante do malsucedido plano de matar o presidente irá virar filme.

“O Sequestro do Voo 375” tem estreia prevista para dezembro. O filme tem direção de Marcus Baldini e roteiro de Lusa Silvestre e Mikael de Albuquerque

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