quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Denúncia da “Operação Irmandade” pode interferir nas eleições de Vagma Trinta em Palmeirândia

 


Grupo político liderado pela pré-candidata palmeirandense avalia impacto do suposto esquema de corrupção envolvendo seus filhos, que foram alvos de investigação da Polícia Federal.

Os últimos escândalos de corrupção envolvendo a família Trinta tornam incerta uma candidatura da advogada Vagma à prefeitura de Palmeirândia em 2024 – na foto abaixo. Nos últimos dias, o grupo político tem avaliado o impacto das recentes denúncias de suposto esquema de corrupção envolvendo dois filhos da pré-candidata palmeirandense, alvos da “Operação Irmandade” da Polícia Federal, que investiga desvios de recursos de verbas federais no Maranhão.

Segundo a reportagem do Maranhão de Verdade apurou, a preocupação tem sentido. É que Vagma estaria extremamente temerosa que uma segunda fase da operação venha levar seus dois filhos para a cadeira, o que poderia afetar diretamente seu plano para suceder o enrolado prefeito Edilson da Alvorada (Republicanos).

Após a operação, deflagrada em janeiro de 2021, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra João Luciano da Silva Soares, conhecido como Luciano Genésio, prefeito de Pinheiro; e outras seis pessoas pela prática de fraudes licitatórias com o objetivo de desviar recursos públicos, entre os anos de 2017 e 2021. Contratos investigados ultrapassam o valor R$11 milhões e há evidências da permanência do esquema delituoso nos dias atuais.

O inquérito, ao qual tivemos acesso com exclusividade, revelou que o modo de atuação dos acusados consiste no falseamento de licitações, mediante empresas de fachada administradas pelo chamado “núcleo político” da organização criminosa, bem como a utilização de contas de passagem para ocultar e dissimular a origem, a localização e a propriedade dos valores aportados pelo município de Pinheiro, desviados em favor dos integrantes do grupo.

Foram fraudados procedimentos licitatórios relacionados à prestação de bens e serviços, bem como para a realização de obras de urbanização no município. Parte dos recursos desviados eram oriundos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Além de Luciano Genésio, foram denunciados ainda: Lúcio André Silva Soares, irmão do prefeito pinheirense, responsável por vultosas movimentações financeiras entre os investigados; Mariana Aroucha da Silva, Rafael Cunha Shimuk e Felipe Augusto Santos Mendes, supostos intermediários financeiros dos recursos desviados.

Segundo as investigações, também foram denunciados Danilo Jorge Trinta Abreu Júnior e Renato Serra Trinta Abreu, filhos da pré-candidata Vagma, que teriam atuado como pessoas interpostas em empresas vencedoras de certames na prefeitura, integrantes do chamado “núcleo empresarial” do esquema.

A denominação “Irmandade” faz referência à composição da organização criminosa, que possui, tanto no núcleo político, quanto no núcleo empresarial, irmãos participantes do estratagema criminoso.

Filho de peixe, peixinho é – Danilo Júnior e Renato levaram ao pé da letra o ditado popular “filho de peixe, peixinho é”, cuja expressão sugere que a habilidade ou profissão de uma pessoa pode ser influenciada pelos seus pais. Os irmãos tem como pai um senhor identificado por Daniel Jorge Trinta Abreu, que é ex-prefeito de Palmeirândia.

A reportagem apurou que o pai dos irmãos denunciados foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em 2009, por irregularidades em obras de barragem no período em que administrou a cidade. Na época, Daniel Jorge Trinta Abreu foi obrigado a devolver R$ 1.167.462,73, valor atualizado, ao Tesouro Nacional.

Além disso, o ex-gestor também foi acusado de fraude documental e desvios de recursos federais repassados ao município de Palmeirândia (MA), por intermédio do Ministério da Saúde, que geraram condenação solidária de outras pessoas envolvidas que foram especificadas pelo TCU. Os detalhes, entretanto, iremos revelar na próxima matéria…

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