Além de ser um dos fenômenos climáticos responsáveis pela grave seca em grande parte da Região Norte do país - afetando só no Amazonas, mais de 630 mil pessoas atualmente - até janeiro de 2024, o El Niño também deve agravar a seca em parte do Nordeste. O alerta está no painel de monitoramento do El Niño, uma publicação do Inpe, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em conjunto com outras instituições.
O documento aponta que as chuvas abaixo da média para os próximos 3 meses na área norte nordestina deve causar um reflexo imediato nos níveis de armazenamento de água no solo.
De acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, atualmente, mais de 100 municípios nordestinos estão em condição de seca severa. Isso afeta cerca de 30% das áreas agrícolas e de pastagens. Em algumas regiões, como no extremo oeste da Bahia, a área impactada já chega a 80%.
Até o momento, os reservatórios da região apresentam níveis regulares, decorrentes das chuvas do ano passado.
O boletim Painel El Niño também traz uma previsão que gera preocupação: com o menor volume de chuvas esperado para o período de janeiro a julho do ano que vem no Nordeste, a recarga hídrica pode não ser suficiente para elevar o armazenamento dos reservatórios a níveis adequados para o consumo, a irrigação e a energia.
Por causa dos possíveis impactos decorrentes do El Niño, foi criada uma Sala de Crise da Região Nordeste, que reúne pessoas envolvidas na gestão dos recursos hídricos e que compartilham informações técnicas sobre a evolução do El Niño. A ideia é articular ações para serem implantadas durante o fenômeno climático.
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