Meses atrás, a Coluna registrou a previsão de que a grande disputa das eleições de 2022 no Maranhão se dará na corrida pelas 18 cadeiras da Câmara Federal. Naquele momento, o cenário era impreciso, mas agora, mesmo não tendo ainda o seu desenho definitivo, está muito claro de que será uma luta titânica. Não há dúvida de que grande parte dos deputados federais tem cacife para apostar alto na reeleição. Por outro lado, a entrada de pesos pesados na corrida – que vale uma estada de quatro anos em Brasília, com salário gordo, verba de representação, emendas milionárias e apartamento funcional no Plano Piloto – poderá mudar expressivamente o perfil da bancada maranhense a partir de fevereiro de 2023. Nas contas de um parlamentar experiente, não mais do que 10 dos 18 atuais integrantes da bancada têm cacife para se reeleger.
Márcio Jerry (PCdoB), André Fufuca (PP), Juscelino Filho (DEM), Cléber Verde (Republicanos), Pedro Lucas Fernandes (PSL), Edilázio Jr. (PSD), Aluísio Mendes (PSC) e Marreca Filho (Patriotas) são exemplos. Cabeças de chapas dos seus partidos, os parlamentares dessa lista comandam os seus partidos, o que os torna candidatos diferenciados. Nesse time pode se incluir Rubens Jr. (PCdoB), que tem cacife eleitoral elevado, e Bira do Pindaré (PSB), que é “bom de voto”, mas poderá enfrentar a concorrência perigosa do presidente do seu partido, Luciano Leitoa, ex-prefeito de Timon, que estaria pensando em voltar à Câmara Federal. A disputa poderá contar ainda com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), hoje nome forte.
Se confirmar o que vem dizendo, a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), somada aos deputados federais emedebistas Hildo Rocha e João Marcelo, poderá ser um forte diferencial. O mesmo se pode prever em relação à deputada Detinha (PL), caso o deputado Josimar de Maranhãozinho (PL) resolva mesmo disputar o Governo do Estado. Se realizar uma campanha com foco e propósito claros, a ex-governadora receber uma expressiva votação, facilitando assim a reeleição de Hildo Rocha e João Marcelo, podendo inclusive “puxar” mais um emedebista, dependendo do poder de fogo dos demais candidatos. É o que poderá acontecer com a deputada Detinha, que certamente herdará a votação de Josimar de Maranhãozinho, podendo turbinar a chapa do PL, facilitando a vida do deputado Júnior Lourenço.
Não bastasse esse cenário de disputa acirrada, a corrida à Câmara Federal deve ganhar mais importância com a entrada de outros prováveis candidatos. É o caso, por exemplo, do deputado estadual Duarte Júnior (hoje no Republicanos, mas a caminho do PSDB), que deve sair eleito de São Luís. E de nomes destacados da equipe do governador Flávio Dino (PCdoB) e com futuro na política, como Carlos Lula (PCdoB), secretário de Saúde, Felipe Camarão (DEM), secretário de Educação, e Clayton Noleto (PCdoB), secretário de Infraestrutura. Esse tabuleiro pode receber também a candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (sem partido), dono de cacife gordo para essa disputa, e a do ex-prefeito de São José de Ribamar, Luís Fernando Silva, secretário estadual de Projetos Especiais.
Nos bastidores, especula-se que vários nomes política e eleitoralmente fortes estariam se preparando discretamente para entrar na corrida à Câmara Federal, entre eles os atuais prefeitos reeleitos de Balsas, Eric Silva (PDT), que tem forte presença na região Sul; de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos, mas migrando para o PSDB), com prestígio em todo o Leste maranhense, e de Pinheiro, Luciano Genésio (PP), hoje um nome de grande peso na Baixada Ocidental.
Essas citações não são indicadoras de que os demais deputados federais estejam fora do páreo. Ao contrário, os deputados Gil Cutrim (Republicanos), Zé Carlos (PT), Pastor Gildenemyr (PL) e Josivaldo JP (Podemos).
Como é possível observar, muito antes da definição das chapas propriamente ditas, são fortes as evidências de que a disputa para a Câmara Federal será diferenciada nas próximas eleições.
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