quinta-feira, 22 de abril de 2021

Zeca Pedinha


Parte hoje para a eternidade

Uma lenda viva

Por todos jamais esquecida...

Zeca Pedilha, que lembra Zé Pato, que lembra Chiquinha.

Que lembra sua única irmã querida, Noeme Ribeiro Dias...

O velho vaqueiro da chapada nordestina

Duro de matar

Duro de morrer

Que venceu tantos confrontos com a morte

Que foi frio e sereno diante dos reveses da sorte...

Hoje pelas bandas da chapada ecoa no ar um dia triste...

Velhos fantasmas do passado distantes ganham vida

Semana santa, silencio na casa da fazenda...

Relincha num facho de luz imaginário

A eguinha que lhe quebrou o braço...

A voz de Chiquinha, o catraio cantando triste à noite

As luas cheias no céu de Bom-Viver...

Zeca e Noeme, brincando pela varanda da fazenda

Oscar e seus atrapalhos, Lelé e seus sobressaltos...

Zé Maria Soares, inolvidável sócio do armazém São Luis

Onôr Gibão, Ciriaco, Pé de Leque, e outros vaqueiros

Perdidos no meio da lembranças alvas da boiada...

As grandes chuvas que enchiam os tanques e córregos,

Matando a sede e a fome do gado

As pastagem verdejantes da chapada

O cheiro da terra molhada, o vento frio dos campos solitários

O canto triste dos pássaros do mato...

Cotinha, a bela moça e o jovem vaqueiro desengonçado...

A conquista de mestre do fazendeiro enamorado

O sonho e o amor, enfim, consolidados...

Tanto sonho e tanta vida sepultados nas brumas do passado

E que agora aflora de repente no relicário sagrado

De quem parte para a eternidade

Avido para reveros entes queridos que lhe foram caros

E que lhe esperam ansiosos do outro lado do cenário!

Januário Constancio Dias Neto, seu amado sobrinho

Nenhum comentário:

Postar um comentário