O governador Flávio Dino (PCdoB) arrumou ontem (9), em entrevista coletiva após seu pronunciamento sobre o panorama da Covid-19 no estado, uma nova desculpa para o fechamento de leitos na rede estadual de saúde.
Como o Blog do Gilberto Léda já mostrou em fevereiro, a gestão comunista fechou metade dos leitos exclusivos entre junho de 2020 e janeiro deste ano (reveja). E os reabre muito lentamente.
Segundo Dino, o problema é que empresas privadas não conseguem atender à demanda do Estado, por exemplo, por oxigênio, material e insumos médicos.
“Nesse universo criminoso de fake news, há esta ideia de que o Governo do Estado pode abrir leitos indefinidamente: ‘Não, a culpa é do governador, porque ele tinha que abrir cinco mil leitos’. Por mim, eu abro, cinco mil leitos, dez mil leitos. O problema é que o setor privado, empresas privadas, que fornecem oxigênio, que fornecem material médico, que fornecem anestésicos, que fornecem insumos de um modo geral, não aguentam. Ou seja: nem que eu queira comprar não tem quem venda”, declarou.
Além disso, ainda de acordo com o governador maranhense, a abertura de vagas em hospitais “não é o caminho principal” no combate ao novo coronavírus.
“Precisamos conter a expansão da pandemia, e, para contê-la, expandir leitos hospitalares não é o caminho principal. É um vírus, que se propaga. Assistência hospitalar é consequência da pandemia. E, portanto, nós temos que atacar a raiz, a causa. No Maranhão, nós estamos fazendo a coisa certa, no tempo certo”, completou.
E na rede privada?
Enquanto o governador culpa a falta de insumos pelo fechamento de leitos e defende que sua reabertura não é primordial no combate à pandemia, seu governo age exatamente ao contrário em relação à rede privada.
Desde domingo (7) a presidente do Procon-MA, Karen Barros, tem pressionado hospitais particulares de São Luís e Imperatriz a informar quantidades de leitos disponíveis e um plano de ampliação e unidades.
Mas como? Se “empresas privadas, que fornecem oxigênio, que fornecem material médico, que fornecem anestésicos, que fornecem insumos de um modo geral, não aguentam”?
Ou só aguentam se for para jogar a responsabilidade sobre os outros?
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