(Com informações de O Estado)
As redes sociais sempre foram uma das principais plataforma de comunicação do governador Flávio Dino (PCdoB). Por lá, o comunista sempre apresenta suas opiniões e também mostra ações de sua gestão. Essa plataforma, no entanto, após escândalos envolvendo membros do governo, se tornou local de críticas constantes ao governador.
No início da sua gestão, em 2015, os comentários nas postagens de Flávio Dino retratavam a lua de mel que ele vivia com os eleitores maranhenses. Com medidas populistas e com pouco efeitos práticos, o comunista surfava em uma popularidade positiva.
A realidade desse casamento de Dino com os usuários das redes sociais começou a mudar após os primeiros escândalos de corrupção na gestão estadual. O pedido de propina de Simone Limeira, que era assessora especial do governador, denunciado pelo índio Uriachene foi um dos primeiros, antes de seis meses de gestão.
O erro na morte do mecânico e práticas como contratação de empresas sem processo de licitação como, por exemplo, a BR Construções que prestou serviços no Detran e recebeu pagamentos na ordem de mais de R$ 4 milhões foram as primeiras notícias de erros entre uma série que seriam registrados no governo comunista.
Depois, veio a série de escândalos dos alugueis de imóveis feitos com um único critério: ter relação de amizade ou partidária com Flávio Dino. Esses escândalos ficaram conhecidos como “aluguel camarada”, cuja notoriedade se deu no caso do prédio da Funac, na Aurora, e também no prédio da Clínica Eldorado.
Nos dois casos, o prédio foi alugado com o critério das relações de amizade e passaram meses fechados passando por reforma feita pelo governo do estado.
Outro exemplo de escândalo na gestão comunista do Maranhão é a mais recente: Operação Pegadores deflagrada pela Polícia Federal. Foram presos membros do governo Dino acusados de desviar mais de R$ 18 milhões de recursos da Saúde. Além de membros do governo, também foi presa a aliada do governador, Rosângela Curado (PDT), que foi subsecretária de Saúde no início da gestão do PCdoB.
Em todas essas situações, Flávio Dino, seus auxiliares e seus aliados nunca admitiram culpa. Nunca pediram desculpas e nunca explicaram os fatos. O discurso é sempre o mesmo: acusar os adversários de perseguição e que os escândalos não passam de invenção da mídia.
Os recorrentes discursos vazios nas redes sociais, acabaram mudando a realidade tranquila de Dino em suas postagens. São cada vez mais comuns, comentários criticando o gestor.
O exemplo mais recente é percebido no caso do esquema de corrupção na Saúde. Flávio Dino usou a estratégia de sempre, nas primeiras postagens, acusar os adversários. Depois se voltou contra a Polícia Federal e agora cobra a divulgação da lista com os mais de 400 fantasmas da Secretaria Estadual de Saúde (SES).
As estratégias não foram bem recebidas por parte de internautas que criticam o governador e pedem transparência no governo.
“Governador, vamos imaginar que a administração fosse sua casa. Você demoraria quanto tempo para descobrir e tomar uma atitude? Cadê a secretaria de Transparência e Controle do Estado do Maranhão? Rodrigo Lago?”, questionou o internauta Moreira RM (nome do usário foi preservado), no perfil da rede social Facebook de Flávio Dino.
Posição nacional também é criticada
As críticas aumentam também quando o governador Flávio Dino comenta a respeito da política nacional. Usando o discurso da dicotomia entre esquerda e direita e também da elite má contra a classe trabalhadora, o comunista acaba recebendo críticas ácidas dos usuários. Um exemplo é o comentário de Sousa (o nome do internauta foi preservado), na rede social, Twitter.
“Nada mais midiático do que essas frases de efeito, um tanto ultrapassada, melhor seria você cair na real e observar que o mundo está girando e com muita rapidez, a ordem agora é outra, é progresso. Deixe dessa ‘lenga lenga’ de discurso contra a situação e faça seu trabalho”, escreveu o internauta.
Secretaria de Transparência não investiga denúncias
A Secretaria Estadual de Transparência e Controle, comandada pelo advogado Rodrigo Lago, foi criada no início da gestão de Flávio Dino para acompanhar contratos, apurar denúncias e fiscalizar a aplicação correta da verba pública.
Neste aspecto, a pasta não cumpre parte do que deveria fazer. As ações da Transparência do governo se resumem a perseguição a adversários, como deputados da oposição já relataram.
Nos quase três anos de governo, a pasta comandada por Rodrigo Lago somente teve notoriedade na mídia quando apresentou denúncias contra adversários do governador Flávio Dino.
Lago foi questionado pelo deputado Sousa Neto (Pros) porque na época em que Rosângela Curado foi exonerada do cargo, não foi feita uma auditoria nos contratos que ela assinou e também porque o secretário de Saúde, Carlos Lula, não levou ao conhecimento do advogado a existência de uma folha complementar para pagamento de servidores da SES feito por uma das entidades que foi contratada para gerenciar unidades hospitalares.
“A PF e a CGU deixaram bem claro que o esquema de corrupção dentro do governo Flávio Dino já existe desde 2015, então, já sabendo da existência pelo secretário Marcos Pacheco, desses desvios de recursos, por que não foi tomada uma providência? Essa Secretaria de Transparência e Controle só serve para perseguir? O secretário Rodrigo Lago, sabendo desses desmandos, não deveria ter aberto investigação depois que esses servidores foram demitidos? Ele nada fez para estancar a sangria dessas folhas complementares desses funcionários fantasmas que eu já denunciei, meses atrás, nesta Casa”, disse Sousa Neto.
Nas redes sociais, Rodrigo Lago não se referiu em momento algum a respeito das investigações da Polícia Federal. Nos perfis do gestor há apenas relatos de participações em encontros, palestras e eventos oficiais para falar sobre transparência. É somente mais um secretário de Flávio Dino que cumpre à risca a face da gestão no Maranhão: muito discurso e pouca prática. l
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