O clima no Palácio dos Leões é de apreensão com o que pode informar o principal sócio da Construtora OAS, o delator Léo Pinhero, que ficará amanhã cara a cara com o juiz Sérgio Moro. A empresa foi a principal doadora da campanha de Flávio Dino em 2014.
Pinheiro falará sobre as doações ao PT, sobre reformas no sítio de Atibaia, e o apartamento comprado para o presidente Lula, em São Paulo.
Mas os investigadores querem saber como foram feitas as doações de campanhas eleitorais e a origem do dinheiro. No primeiro depoimento à Lava jato, o empreiteiro disse que os recursos são das obras superfaturadas na Petrobrás.
No caso do Maranhão, as doações foram feitas oficialmente e declaradas para a Justiça Eleitoral, como prega o governador Flávio Dino.
Mas o perigo é Léo Pinheiro informar que também teve dinheiro doado pela via do caixa 2, que é um crime de corrupção.
No ano passado, O jornal O Estado de São Paulo produziu matéria com o título “Lava Jato tenta decifrar registros de ‘doações’ da OAS para políticos e partidos”.
Informou que a Polícia Federal tem documentos que comprovam as doações e que a empresa foi acusada de ocultar dinheiro de corrupção em repasses oficiais. Ficou claro que os recursos são de contratos superfaturados com a Petrobrás, destinados ao PT, PMDB, PSDB, PSC e ao PCdoB de Flávio Dino.
Conforme o Ministério Público Federal, “parte das doações pode representar pagamento de propinas para agentes públicos para obtenção de vantagens indevidas, sendo as doações formais de campanhas mera estratégia de lavagem de capitais”.
O então ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, disse durante depoimento à CPI da Petrobrás que doações de campanhas por empresas envolvidas na operação Lava Jato, “podem ser consideradas ilegais, principalmente quando o candidato sabe da origem do dinheiro”.
O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, na época, foi mais enfático ao afirmar que empresas investigadas na Lava Jato doaram em campanhas eleitorais com dinheiro de propina da Petrobrás.
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