Um grupo de 40 quebradeiras de coco
da Baixada Maranhense esteve na sede da Ordem dos Advogados do Brasil,
Seccional Maranhão, para denunciar ao presidente da Comissão de Direitos
Humanos da Ordem, Rafael Silva, que estão sendo impedidas de exercerem suas
atividades rurais e extrativistas nos campos da Baixada e vêm sofrendo ameaças
por parte dos fazendeiros da região.
Elas denunciaram que não podem mais
exercer suas atividades de sobrevivência como a pesca e a coleta de coco babaçu
nos campos alagados da região, pois fazendeiros da área eletrificam as cercas e
soltam búfalos como forma de impedir o acesso aos campos e a destruição dos
locais de reprodução de peixes. Tal situação gerou vários incidentes, como o
caso de uma quebradeira de coco gestante que sofreu uma forte descarga elétrica
ao encostar em uma das cercas eletrificadas na área alagada.
“A luta dessas trabalhadoras
extrativistas vai além da retirada das cercas eletrificadas e dos búfalos dos
campos inundados. Precisamos cobrar a regularização das terras a que têm
direito, pois somente assim será resolvida essa questão fundamental à sua
existência”, disse o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA,
Rafael Silva.
“Vivemos hoje uma situação triste por
conta das cercas que nos impedem de exercer nossa atividade o que tem
dificultado a nossa sobrevivência”, relatou a quebradeira de coco Maria da
Glória, do quilombo São Caetano. “É área de extrativismo, mas que hoje
está privada por posseiros que se apropriaram das terras por volta do ano de
1995, e desde então temos passado por esta situação”, afirma a lavradora Maria
do Rosário.
As quebradeiras de coco da Baixada
Ocidental Maranhense sofrem há anos com esta situação que se configura como uma
ameaça direta à sua sobrevivência. Elas pediram ainda o apoio da Ordem para
tratarem da questão da regularização da área junto ao ITERMA e de atuação
conjunta da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Secretaria de Segurança
Pública e Secretaria de Estado de Direitos Humanos. Fonte: OAB-MA
Folha de SJB
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