segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

No governo da mudança: Sem prestígio, sem cargos, Luciano Genésio anuncia afastamento de Flavio Dino

Ao que tudo indica, os dias do suplente de deputado Luciano Genésio como superintendente Regional de Pinheiro podem estar contados. É o que se entende após a entrevista concedida  dia 29, por Genésio ao canal de TV de sua propriedade, na cidade de Pinheiro.

Na entrevista, Luciano acusa o golpe da demissão da mulher da Hemomar, revela desprestígio junto ao Governo, demonstrando clara mágoa pelo tratamento recebido, numa evidente indicação de que gostaria de ter sido agraciado com mais. O herdeiro de Zé Genésio se mostra, na verdade, enciumado com o relativo prestígio do vereador Leonardo Sá junto ao governador, chegando a lembrar de ter sido ele a promover a aproximação entre os dois.

Sobre a demissão da mulher, Luciano tenta jogar fumaça nos reais motivos que levaram à exoneração do órgão, atribuindo a adversários o desfecho do caso.

Numa aula de mimimi que pode ser comparada à já famosa carta de Michel Temer a Dilma, muito queixoso, Luciano anuncia o afastamento do grupo do governador “para cuidar” de sua campanha à Prefeitura de Pinheiro. Curiosamente, ele afirma estar se afastando do grupo, mas não entrega o cargo. Pelo menos não com essas palavras. Fontes do Palácio apostam que a demissão dele é questão de tempo.

Confusão – Nomeado para um cargo figurativo – o de gerente de Articulação Regional de Pinheiro – pelo governo Flavio Dino como recompensa ao apoio nas eleições de 2014, o herdeiro de Zé Genésio vem esperneando desde o recente episódio da demissão de sua mulher, Thaiza Hortegal.

Sob suspeita de corrupção e tentativa de extorsão junto a fornecedores do órgão, Thaiza Genésio teve conversas com esses fornecedores gravadas e levadas ao secretário Marcos Pacheco. Com a denúncia, não restou ao Governo outra opção, senão exonerar a médica do comando do Serviço Administrativo do Centro de Hematologia e Hemoterapia - Hemomar, cargo comissionado que ocupava desde março deste ano.

Para a mídia, Genésio disse em nota que foram eles a levar ao secretário Marcio Jerry denúncias de corrupção na Hemomar e um suposto “esquema gigantesco” na Secretaria de Saúde mexendo até com a deputada federal Rosângela Curado. As denúncias foram repercutidas pelo blogueiro Luis Pablo e rebatidas por Rosângela Curado ao blog do jornalista Diego Emir.

Da parte do Governo, coube ao super secretário Marcio Jerry tentar acalmar os ânimos fazendo parecer que as declarações de Luciano Genésio eram, na verdade, coisa pequena, tentativa de intrigar o governo com seus aliados.

Criada a confusão, Luciano Genésio fez o que mais sabe: criar fato. Tratou de vazar conversa de whats app com o blogueiro Luis Pablo, anunciando o afastamento do governo. Ou seja, mandando um recadinho pra Dino: estou insatisfeito e quero atenção. Mais mimimi.

Como político aliado, Luciano Genésio é fraco e não tem a articulação que diz com a alta cúpula do governo e muito menos com Flavio Dino; lá no Palácio, é tratado como aquele tipo de político que se acha mais do que é e que qualquer tostão acomoda.

Ao deixar no ar se entregou de fato o cargo ou não, Luciano mostra claramente que não pretende largar fácil o osso, pois não tem trabalho e depende do salário, inclusive do salário da mulher.

A entrevista revela ainda que quando o assunto é corrupção, Zé Genésio e os filhos entendem como ninguém. Na família ninguém é santo e todo mundo sabe disso, inclusive Dino e seus auxiliares.

Outra coisa: acusar o governo de não lhe dar oportunidade e um tratamento diferenciado é no mínimo uma injustiça. Oportunidade e acesso ele teve. O que ele não soube foi manter. As suspeitas que pesam sobre sua mulher na Hemomar são a prova disso, de que ele não foi capaz de honrar a oportunidade dada por Dino.


Resta agora saber como seguirá a candidatura de Luciano Genésio sem a tão desejada bênção de Flavio Dino. É bem capaz que ele leve menos de 24 horas para se arrepender de ter dado a tal entrevista [e ninguém vai achar estranho ao se dar conta de que, igual peixe, pode ter morrido pela boca.

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