Do Blog do Kenard
Em 2008, na disputa pela Prefeitura de São Luís, só este blog
(então hospedado no UOL) e o jornal Diário da Manhã estavam apoiando
decididamente a candidatura de Flávio Dino (PCdoB). Minto: o blog do
jornalista Walter Rodrigues (1950-2010) também apoiava. O Jornal
Pequeno, por exemplo, era absolutamente dúbio com a candidatura de Dino.
E por uma razão simples: estava levando muito dinheiro do Governo do
Estado, e o governador Jackson Lago (PDT) não só apoiava João
Castelo(PSDB) como estava pondo a máquina a serviço do tucano.
O que diziam blogues e jornais?
Sim, que Castelo ganharia a eleição no primeiro turno.
Como sempre faço, quando os fatos estão para um lado e quem
escreve está para o outro, tratei de escrever na contramão das opiniões
correntes. Disse, por exemplo, que Castelo corria sozinho porque
ninguém o havia admoestado politicamente. Os adversários o estavam
deixando correr solto e serelepe. Se começassem a fazer críticas, com
dados concretos, ao passado político de Castelo certamente ele cairia
nas pesquisas.
Entre parênteses, registro: o jornalista Marco D’Eça reproduziu a análise a que me refiro.
Pois bem, começaram as críticas a João Castelo. Flávio Dino,
então com meros 4% nas pesquisas de intenções de voto, cresceu e foi ao
segundo turno. Não venceu porque a máquina do Governo do Estado falou
mais alto.
Eleições 2014
Agora, quando a situação se inverteu (hoje Flávio Dino
aparece nas pesquisas como favorito ao Governo do Maranhão), e a
oposição garante que já venceu a eleição, bem, novamente escrevo na
contramão do oba-oba.
Aí alguns tolos da oposição dizem que estou a escrever
excelentes propagandas favoráveis a Luís Fernando (PMDB), adversário de
Dino. É mesmo? Quer dizer que quando fiz a leitura correta sobre a
eleição de 2008 estava a fazer “excelente propaganda” para Flávio Dino?
O problema é que no Maranhão a lucidez não costuma acompanhar
os embates políticos. Na Capital, em grande parte centro irradiador, no
período eleitoral, dois grupos surgem: os histéricos da oposição e os
histéricos do governismo. Claro que nessas cabeças a coroa é a
irracionalidade.
Fatos
Quando a oposição alardeia que já venceu a eleição para o
governo e para o Senado, bem, está a atirar no pé. Por quê? Bom, basta o
adversário de Dino, no período eleitoral propriamente dito, crescer nas
pesquisas eleitorais para causar estragos incomensuráveis. Não precisa
ser gênio para saber disso, basta saber um pouquinho de eleições.
Além do mais, só tolo desconsidera a máquina governamental em
período eleitoral no Brasil (sim, não se trata de característica
maranhense). Aí está a presidente Dilma Rousseff em maus lençóis. Mas
quem ousaria dizer hoje (reparem bem: hoje!) que ela não tem chances de
vencer no primeiro turno? Claro, só quem desconsidera os fatos em nome
de torcida.
No caso maranhense, não me apresentam um único exemplo
plausível que demonstre a fraqueza da máquina do governo. Como não
apresentam um exemplo crível de que Luís Fernando é um candidato frágil.
Nada, absolutamente nada, nos dois casos.
Dizer, no primeiro caso, que há um forte desgaste do grupo
dominante é ainda dizer pouco. Claro que o desgaste existe. Mas não
existe só agora em 2014. Vem de muito antes. Basta citar a eleição de
2010. Possivelmente, o desgaste era maior, afinal Roseana Sarney (PMDB)
vinha de assumir o governo em 2009, depois de decisão do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). O que se deu? Roseana Sarney venceu no
primeiro turno.
Dizer, no segundo caso, que Luís Fernando não é conhecido nas
cidades do interior, como dizem muitos nos comentários neste blog, é
ter da política uma visão muito rasa. É verdade que Flávio Dino vem em
exposição desde 2010. Mas daí a dizer que Luís Fernando é desconhecido
vai um abismo.
Primeiro, como secretário de Infraestrutura, Luís Fernando
tem andado por quase todos os municípios inaugurando obras ou assinando
ordem de serviço. Segundo, como representante do governo, encontra-se
quase todos os dias em exposição em jornais, rádios e tevês.
Agora me respondam: desde quando a análise sensata e presa aos fatos é propaganda deste ou daquele candidato?
Ruim é ser cego e querer a todo custo tapar a visão dos que enxergam.
P.S: Agora uma pergunta: se eu estou errado nas minhas
análises e Luís Fernando é realmente um candidato frágil, por que a
oposição não se cansa de procurar, de manhã, de tarde e de noite,
desconstruí-lo? Por que se preocupam tanto com um candidato que já
consideram derrotado?
Nenhum comentário:
Postar um comentário