O coordenador de Apicultura do SEBRAE Nacional,
Demian Lube Rodrigues, visita produtores de abelhas e meliponicultores da
Baixada Ocidental Maranhense nesta quarta e quinta-feira (14 e 15). Ele vai conhecer in loco a criação de abelhas tiúba, sem ferrão, atividade conhecida
como meliponicultura.
O Maranhão é o único estado em que o SEBRAE apoia a atividade através de projeto
específico. Os municípios de Pinheiro, São Bento, Peri Mirim e Palmeirândia
estão incluídos no roteiro da visita técnica.
A produção de mel da tiúba constitui uma atividade
tradicional na Baixada Ocidental Maranhense e foi inicialmente desenvolvida
pelos índios da região. Ao longo dos anos, a prática foi se disseminando entre
pequenos e médios produtores, assim como produtores de base familiar.
Segundo o gestor do projeto Atendimento
Territorial da Baixada Maranhense, Raimundo Júnior, há pelo menos quatro razões que justificam o investimento
do Sebrae no incentivo à meliponicultura na Baixada.
As abelhas
sem ferrão são os principais agentes polinizadores de diversas plantas nativas
que conservam a vegetação; o mel produzido pelas abelhas sem ferrão contém os
nutrientes básicos necessários à saúde; as abelhas do tipo tiúba são dóceis e
de fácil manejo; além de servirem de fonte de alimento, o mel produzido pelas
abelhas sem ferrão representa uma importante fonte de renda na região.
“Temos 60 famílias atendidas pelo SEBRAE que vivem
da produção e comercialização do mel de tiúba e conseguimos registrar a maior
produção nacional vinda de abelhas desta espécie”, informa Raimundo Júnior. O
acompanhamento oferecido pelo SEBRAE inclui técnicas de manejo, controle de
doenças, além de treinamento em gestão e comercialização.
“Um gargalo que enfrentamos na Baixada é a falta do
SIF – Selo de Inspeção Federal, o que impede o comércio do mel da tiúba fora do
comércio local”, observa. “Mas a conclusão das obras do Centro de Referência em
Meliponicultura de Peri-Mirim pode quebrar este gargalo”, avalia.
O SEBRAE está capacitando os meliponicultores e
fortalecendo a comercialização do mel, por entender que esta é uma atividade
sem impactos ambientais negativos, que produz um alimento com elevado nível
nutricional e de retorno comercial garantido. Diversos outros produtos também
advém do mel, como sabonetes artesanais e até aguardente.
“Se bem planejada a criação de abelhas sem ferrão em caixas racionais pode enquadrar-se, perfeitamente
nas atuais diretrizes que norteiam o desenvolvimento da Região da Baixada, com
interesses sociais de melhoria de qualidade de vida dos produtores”, conclui
Raimundo Junior.
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