Quem viaja
pela Baixada Maranhense e olha o verde dos campos às margens do Rio Pericumã,
onde pastam bois, cavalos e búfalos, pode até se encantar com a simplicidade da
cena, mas para quem reside nessas localidades há mais de 30 anos o cenário é
preocupante. Por causa da falta de chuvas, o rio não enche há dois anos e quem
vivia da pesca precisa buscar outros meios para se sustentar. Quem também
acumula prejuízos são os produtores rurais da região, pois a estiagem atrasou o
plantio do roçado.
Os meses de dezembro a maio são os de maior volume de chuvas na Baixada Maranhense. É neste período que a população da região faz o cultivo de milho, arroz, mandioca e outras culturas, mas este ano o plantio ficou prejudicado por causa da falta de chuvas. No início de janeiro, choveu um pouco e muitos lavradores aproveitaram para plantar as sementes, mas depois as chuvas começaram a ficar escassas e a produção se perdeu quase toda. “Este ano, o mês que mais choveu em Pinheiro foi janeiro. Depois disso, têm caído uns chuviscos, mas é só para a terra não secar de vez”, disse o lavrador Mauro Antônio Silva.
No principal município banhado pelas águas do Pericumã, Pinheiro, a 333 quilômetros de São Luís, onde antes eram campos alagados, hoje se formam várzeas onde ciscam galinhas, fuçam porcos e pastam outros animais. “Há dois anos que os campos não enchem. A produção de peixe caiu muito. Hoje a gente sai para pescar com 10 ou 15 malhadeiras e traz dois quilos de peixe, o suficiente para nossa alimentação”, afirmou o pescador Firmino Moraes.
Sustento - Por causa da seca, a população ribeirinha está buscando outras formas para garantir seu sustento. Pescador por quase 30 anos, Raimundo Campos Almeida agora trabalha como mototaxista. “Já trabalhei como pedreiro e hoje estou como mototaxista. A pesca não dá mais para o nosso sustento e muita gente está buscando outras profissões”, informou. Segundo ele, desde 1983, um ano após a inauguração da Barragem do Rio Pericumã, que não se via um volume de água tão baixo na região. “Cresci na beira desse rio, por isso posso garantir que nossa situação é preocupante”, declarou.
Para Maria de Jesus Silva Ferreira, a solução foi criar galinhas para alimentar os seis filhos, três genros e cinco netos que moram com ela. “Meus filhos também trabalham. Fazem um bico, ganham R$ 200,00, pegam um serviço temporário e recebem mais R$ 250,00 e a gente vai se virando como pode e torcendo para o rio voltar a encher como antes”, comentou.
O problema se agrava ainda mais porque a barragem do Rio Pericumã enfrenta sérios problemas na sua estrutura. Inaugurada em 1982, ela nunca recebeu obras de reformas em seus 31 anos de funcionamento. Em uma das comportas, os cabos de aço responsáveis por movimentá-las quebraram há quase oito anos. “As peças nunca foram trocadas e a comporta está interditada. Enquanto isso, ficamos sem água para os animais, pesca e o roçado”, informou Mauro Silva.
Problemas - Todos estes problemas juntos se refletem além da Baixada. Por causa do atraso no plantio da mandioca, um dos alimentos mais tradicionais da culinária maranhense, a farinha está com o preço cada vez mais elevado. Na capital, o produto pode ser encontrado por até R$ 14,00 o quilo. Até em Pinheiro, maior produtor do Maranhã e considerado o município que produz a melhor farinha do estado, o quilo do produto não sai por menos de R$ 10,00. Esta é a maior alta no preço da farinha em 20 anos.
E a situação parece que vai perdurar um pouco mais. A última chuva que caiu na cidade foi no dia 10, mas não durou mais que 10 minutos e teve pouca intensidade, segundo os ribeirinhos. Para a semana, a previsão do tempo é de sol e temperaturas de até 34° com possibilidade de pancadas de chuva à noite pelo menos até o dia 24 deste mês.
Com uma extensão de 110 a 115 quilômetros, o Rio Pericumã é o mais importante da Baixada Maranhense. Situando-se na região noroeste do Estado, sua bacia ocupa uma área de 4.500 quilômetros quadrados e drena uma área de 3.888 quilômetros quadrados. As suas nascentes estão localizadas em um complexo de lagoas e pequenos lagos no município de Pedro do Rosário, nas proximidades da zona rural da cidade de São Bento. O rio percorre vários municípios e em seu percurso corta os campos de Pinheiro, Palmeirândia, São Bento, São Vicente Férrer, Olinda Nova, Presidente Sarney, Matinha, Viana, Pedro do Rosário, Mirinzal, Central do Maranhão, Bequimão e Guimarães, antes de desaguar na Baia de Cumã.
Os meses de dezembro a maio são os de maior volume de chuvas na Baixada Maranhense. É neste período que a população da região faz o cultivo de milho, arroz, mandioca e outras culturas, mas este ano o plantio ficou prejudicado por causa da falta de chuvas. No início de janeiro, choveu um pouco e muitos lavradores aproveitaram para plantar as sementes, mas depois as chuvas começaram a ficar escassas e a produção se perdeu quase toda. “Este ano, o mês que mais choveu em Pinheiro foi janeiro. Depois disso, têm caído uns chuviscos, mas é só para a terra não secar de vez”, disse o lavrador Mauro Antônio Silva.
No principal município banhado pelas águas do Pericumã, Pinheiro, a 333 quilômetros de São Luís, onde antes eram campos alagados, hoje se formam várzeas onde ciscam galinhas, fuçam porcos e pastam outros animais. “Há dois anos que os campos não enchem. A produção de peixe caiu muito. Hoje a gente sai para pescar com 10 ou 15 malhadeiras e traz dois quilos de peixe, o suficiente para nossa alimentação”, afirmou o pescador Firmino Moraes.
Sustento - Por causa da seca, a população ribeirinha está buscando outras formas para garantir seu sustento. Pescador por quase 30 anos, Raimundo Campos Almeida agora trabalha como mototaxista. “Já trabalhei como pedreiro e hoje estou como mototaxista. A pesca não dá mais para o nosso sustento e muita gente está buscando outras profissões”, informou. Segundo ele, desde 1983, um ano após a inauguração da Barragem do Rio Pericumã, que não se via um volume de água tão baixo na região. “Cresci na beira desse rio, por isso posso garantir que nossa situação é preocupante”, declarou.
Para Maria de Jesus Silva Ferreira, a solução foi criar galinhas para alimentar os seis filhos, três genros e cinco netos que moram com ela. “Meus filhos também trabalham. Fazem um bico, ganham R$ 200,00, pegam um serviço temporário e recebem mais R$ 250,00 e a gente vai se virando como pode e torcendo para o rio voltar a encher como antes”, comentou.
O problema se agrava ainda mais porque a barragem do Rio Pericumã enfrenta sérios problemas na sua estrutura. Inaugurada em 1982, ela nunca recebeu obras de reformas em seus 31 anos de funcionamento. Em uma das comportas, os cabos de aço responsáveis por movimentá-las quebraram há quase oito anos. “As peças nunca foram trocadas e a comporta está interditada. Enquanto isso, ficamos sem água para os animais, pesca e o roçado”, informou Mauro Silva.
Problemas - Todos estes problemas juntos se refletem além da Baixada. Por causa do atraso no plantio da mandioca, um dos alimentos mais tradicionais da culinária maranhense, a farinha está com o preço cada vez mais elevado. Na capital, o produto pode ser encontrado por até R$ 14,00 o quilo. Até em Pinheiro, maior produtor do Maranhã e considerado o município que produz a melhor farinha do estado, o quilo do produto não sai por menos de R$ 10,00. Esta é a maior alta no preço da farinha em 20 anos.
E a situação parece que vai perdurar um pouco mais. A última chuva que caiu na cidade foi no dia 10, mas não durou mais que 10 minutos e teve pouca intensidade, segundo os ribeirinhos. Para a semana, a previsão do tempo é de sol e temperaturas de até 34° com possibilidade de pancadas de chuva à noite pelo menos até o dia 24 deste mês.
Com uma extensão de 110 a 115 quilômetros, o Rio Pericumã é o mais importante da Baixada Maranhense. Situando-se na região noroeste do Estado, sua bacia ocupa uma área de 4.500 quilômetros quadrados e drena uma área de 3.888 quilômetros quadrados. As suas nascentes estão localizadas em um complexo de lagoas e pequenos lagos no município de Pedro do Rosário, nas proximidades da zona rural da cidade de São Bento. O rio percorre vários municípios e em seu percurso corta os campos de Pinheiro, Palmeirândia, São Bento, São Vicente Férrer, Olinda Nova, Presidente Sarney, Matinha, Viana, Pedro do Rosário, Mirinzal, Central do Maranhão, Bequimão e Guimarães, antes de desaguar na Baia de Cumã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário