Com a conivência da Câmara, o prefeito de Mirinzal, Amaury Santos Almeida, negocia a contratação de dois empréstimos (respectivamente de R$ 10 milhões e R$ 12 milhões) no Banco do Brasil, para supostos “empreendimentos necessários ao município”. Os pedidos de autorização foram aprovados pelos vereadores da base apoio do gestor, surpreendendo a oposição.
O prefeito alega que promoverá amplo programa de pavimentação asfáltica e implantará sistema de energia solar ainda neste último ano do seu governo. Como se tratam de projetos complexos e demorados, a oposição reclama necessidades mais urgentes para a saúde, educação e saneamento básico. E denuncia a falta de transparência no processo de contratação do empréstimo, como, por exemplo, a forma de pagamento. “É tudo muito suspeito”, desconfiam.
Caos – Ao prosseguir na análise dos fatos suspeitos na operação, os parlamentares, que votaram contra as proposições, alertam sobre o caos administrativo estar instalado desde o início do atual mandato (2021), persistindo ao longo dos anos, sem que qualquer providência fosse adotada. E mais preocupante: por quê só neste ano eleitoral a solução foi idealizada?
Em sua avaliação, os opositores questionam o súbito interesse do prefeito em atender, só agora, as necessidades básicas da população, submetida a problemas de infraestrutura há anos e sem perspectivas de solução imediata. E acreditam que o pedido dos empréstimos visa atender interesses eleitoreiros do gestor e seu grupo político. Como financiamento de campanhas.
Alegações – Outros argumentos contestatórios, levantados contra a atitude do gestor, relacionam-se ao fato de o orçamento municipal ser insuficiente para arcar com compromisso financeiro deste valor, as operações serem realizadas em ano eleitoral, quando a própria legislação é acauteladora, e estar-se em regime de chuvas, que impede a realização de obras de urbanização.
Os vereadores da oposição pretendem consultar o Banco do Brasil para conhecer aspectos das propostas que não foram oferecidos pelo proponente e que favoreçam a transparência exigida para operação tão vultuosa. E acionar o Ministério Público para que seja avaliada a operação em todos as suas circunstâncias. “É tudo muito suspeito e muito irônico”, reafirmaram. Amaury Santos Almeida é empresário.
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