segunda-feira, 14 de março de 2022

Estudantes de Engenharia de Pesca do Câmpus de Pinheiro realizam atividades de tecnologia de pesca, de navegação e de protocolos de experiência embarcada no Navio de Pesquisa e Ensino Ciências do Mar II

 

Experiência é maravilhosa, inclui tudo, porque eu já participei de navegação em rio, mas em mar é a primeira vez. Os tripulantes são muito receptivos, calorosos, educadíssimos, não tenho nada o que reclamar da instituição e do navio Ciências do Mar, as acomodações são muito boas”, declarou a estudante do curso de Engenharia de Pesca, Suane Gomes, que esteve em experiência embarcada no Navio de Pesquisa e Ensino Ciências do Mar II junto com outros 26 colegas de turma do curso de Engenharia de Pesca do Câmpus de Pinheiro. Os estudantes e docentes foram divididos em dois grupos para dois dias cada no navio, entre os dias 8 e 11 de março, em que realizaram diversas atividades ligadas à área.

A estudante acrescentou que a rotina na embarcação agrega bastante ao seu currículo, uma vez que já tinha experiência pelo curso em águas fluviais da região da Baixada Maranhense. Ela afirmou que no Navio Ciências do Mar II, pôde observar, inclusive, espécies novas e pôde estar em contato com o dia a dia e os protocolos locais. Durante os quatro dias, com a supervisão dos docentes e da tripulação, foram realizadas atividades com espinhel (um aparato de pesca com linhas e anzóis), espinhel de fundo, redes de ictioplâncton, zooplâncton e fitoplâncton e linha em anzol, que é de pesca mais simples.

“Usamos a draga para coleta de sedimentos e a Garrafa de Van Dorn para coleta de água, em águas de mais profundidade e de regiões mais rasas, para mostrar as diferenças de ambiente que são banhadas por rio e em lugares mais distantes, com mar com menos influência de águas fluviais. Isso demonstrou que a região mais próxima a rios tem um aporte maior de nutrientes e matéria orgânica, e quando a gente vai se distanciando um pouco mais, conseguimos perceber a redução, com a coloração da água ficando mais clara, mais azulada. Quando estamos mais próximo da costa, percebemos essa água um pouco mais barrenta, o que não quer dizer que é uma água suja, e sim rica com matéria orgânica”, explanou Yuri Lopes.

O coordenador mencionou que há pesquisas em desenvolvimento de outras universidades que também utilizaram a experiência do Navio Ciências do Mar II, voltadas para o estudo dos sedimentos, da qualidade de água, e de peixes que são capturados ao longo da costa maranhense. “A tendência é que utilizemos cada vez mais a embarcação para a pesquisa e para a vivência embarcada dos alunos. Tanto que essa experiência alcança várias outras instituições, não apenas os discentes da Engenharia de Pesca e Oceanografia da UFMA, mas também da UFPA, Instituto Federal do Pará e a Universidade de Manaus”, exemplificou.

João Luís Batista de Carvalho, coordenador da Coordenação Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade Federal do Maranhão destacou que esta atividade muito importante para os cursos da área de ciências aquáticas, até mesmo para mostrar as regras comportamentais que devem ser adotadas em embarcações, em segurança, saúde, meio ambiente e outras.

Além das instituições federais, universidades estaduais Pará, Amapá e Roraima também já tiveram oportunidade da vivência na embarcação. “O mais importante entre as atribuições é conciliar as atividades de ensino com a pesquisa. Os alunos têm oportunidade de vivenciar as ações reais, coletando informações. Isso que é o ideal que estamos buscando no Navio Ciências do Mar II”, afirmou.

Também estiveram na atividade dos dias 8 e 11 deste mês os professores Yllana Marinho, James Azevedo e Joel Dias do curso de Engenharia de Pesca de Pinheiro.

Saiba mais

O coordenador João de Carvalho ressaltou que um comitê formado pelas universidades federais e estaduais do Maranhão, Pará, Piauí e Amapá que se reúnem periodicamente para definir datas de utilização da embarcação, com dez dias de mar disponíveis para cada instituição. Além disso, em atividades de pesquisa, a UFMA eventualmente pode convidar docentes e estudantes destas para embarcar participar das ações que não estiverem pré-programadas.

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