A Universidade Federal do Maranhão, por meio do curso de Engenharia de Pesca, câmpus de Pinheiro, realizará nesta quarta-feira, 22, às 19 horas, no canal da UFMA no YouTube, o I Fórum do Curso de Engenharia de Pesca, o qual abordará o tema Doença de Haff, conhecida como urina preta.
A doença é causada por uma toxina que pode ser encontrada em determinados peixes como o tambaqui, o batejo e a arabaiana, ou crustáceos como lagosta, lagostinne e camarão. Quando não é acondicionado de maneira adequada, cria uma toxina sem cheiro e sem sabor que contamina e consume o pescado.
“Nos últimos dias, estamos sendo surpreendidos com vídeos e postagens a respeito dessa doença. Algumas dessas informações estão sendo propagadas pelas redes sociais, sem embasamento científico e, como consequência, a população, atemorizada, deixou de consumir os pescados, afetando toda a cadeia produtiva, que vai desde os pescadores, piscicultores até os comerciantes”, afirmou a coordenadora do curso e organizadora do evento, Yllana Marinho.
O fórum visa esclarecer a população sobre o que já se sabe a respeito da doença de Haff. O evento contará com a presença do professor do Instituto Federal de Santa Catarina, Matias Alberto, que é doutor em Ciências dos Alimentos, possui experiência na detecção de fico-toxinas em pescados, e do reitor da UFMA, Natalino Salgado, médico-nefrologista, que explicará sobre os principais sintomas, as orientações e os tratamentos, caso a pessoa seja acometida por essa doença. O fórum será mediado pela professora Yllana Marinho e pelo professor Getúlio Rincon.
Segundo a professora, os sintomas envolvem, principalmente, o início súbito de rabdomiólise, com fortes dores musculares. “A rabdomiólise é uma doença caracterizada pela destruição das fibras musculares, como liberação da mioglobina, que é uma proteína que pode danificar os rins e os sintomas inclui urina avermelhada, de cor escura, daí o nome urina preta, e diminuição da quantidade de urina e fraqueza”, detalhou Yllana.
De acordo com o superintendente de vigilância sanitária e epidemiológica de São Luís, Paulo Gersen, não há registros de pessoas acometidas com a doença de Haff na capital. “Na cidade de São Luís, não há registro nem notificação de nenhum caso suspeito da doença da urina preta, transmitida por meio do consumo de pescados. Até o momento, o consumo de pescado, em São Luís, é seguro, e não há nenhuma correlação com os pescados oriundos de outros estados que, eventualmente, possam estar associados a essa síndrome. A população precisa estar tranquila em relação esse assunto”, afirmou.
Essa informação também se estende às demais cidades maranhenses, segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde, a qual enfatiza não haver, até o momento, nenhum caso da doença confirmado no estado.
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