O atual vice-prefeito de Cururupu, Ribamar Santos, mais conhecido como “Marajá” após quase oito anos de parceria, “sentiu-se traído” pela prefeita professora Rosinha e decidiu deixar o governo. “Marajá” afirma que mesmo diante de todas as evidências ainda guardava a esperança de seu partido (PV), ser convidado para a convenção da prefeita, e nem isso aconteceu, o que lhe levou a entender que finalmente a prefeita professora Rosinha não tinha mais nenhum interesse em manter a longa parceria e lealdade que ele manteve com ela durante todos esses anos, para o vice-prefeito essa foi uma “traição” que ele jamais esperava. “Tudo já havia sido articulado à minha revelia, somente eu não sabia de nada”, garante “Marajá”.
Em entrevista exclusiva ao ICURURUPU, nesta quinta-feira (10), na capital São Luís, “Marajá” justificou que está deixando o grupo da prefeita por se sentir traído, mais também por falta de espaço na gestão e por não concordar com a forma que a prefeita vem conduzindo a gestão municipal.
De acordo com “Marajá”, essa decisão foi bem pensada e conversada com seus familiares, amigos e pessoas próximas que o apoiaram. Segundo ele, a falta de diálogo ao longo desses quase quatro anos foi um dos motivos que o levou a deixar a base da prefeita, além da não participação nas decisões que estavam acontecendo dentro do grupo. O vice-prefeito garante que da forma que vinha sendo tratado pela prefeita deveria ter deixado o governo a muito mais tempo, mais em nome da instabilidade política, e pensando no município, se manteve firme até hoje.
“É claro que muitos vão se perguntar por que não deixei o governo antes, ai eu aproveito para lembra-los que, no primeiro ano da gestão fui convidado para ser secretário, função que exerci e de certa forma iniciei um grande trabalho, reconhecido inclusive pelos nossos adversários, de repente passei a não ter mais autonomia para exercer minhas funções, razão pela qual deixei a pasta, eu fui eleito, eu tinha um compromisso com o meu povo, e por isso fiquei até agora, e sempre fiel à gestão, mesmo sendo um vice sem qualquer poder de decisão e / ou participação dentro da gestão, uma vez que a prefeita nada tratava comigo, mais nesse momento, em que as eleições se aproximam, não me sinto mais obrigado a continuar nesse papel de faz de conta, daí decidi não seguir a prefeita a partir de agora”, explica o vice-prefeito.
“Essa falta de consideração por parte da prefeita que eu ajudei a eleger, inclusive perdendo a eleição em 2012, e mesmo assim me mantendo fiel a ela, estão entre as razões para eu deixar o governo, nunca fui informado sobre as decisões a serem tomadas dentro do governo, e isso sem dúvida aos poucos provocou um desgaste entre nós, as reuniões aconteciam às portas fechadas, eu quando sabia era por informações de terceiros, nossa relação é insustentável, ao ponto de passarmos meses sem nenhuma comunicação, é claro que a população não sabe disso, e não sabe porque sempre me mantive discreto, mais não dá para continuar com essa farsa” desabafou Marajá.
“Marajá” disse ainda que, todo um projeto que foi pensado e elaborado em 2012 e em 2016 para a cidade de Cururupu, foi completamente desvirtuado, passando de um projeto de mudança de paradigma, para ascensão social de apenas algumas pessoas do núcleo político da prefeita.
“Quando fui secretário eu visitava as comunidades, os bairros, conhecia as necessidades da população, elevava o nome da gestão, e isso suscitou uma “ciumeira” de alguns integrantes do governo, e justiça seja feita, até então eu tinha autonomia para exercer minha função, a partir do momento que não mais pude exercer as minhas funções, não me restou outra coisa a fazer se não entregar o cargo”, afirma “Marajá”.
De acordo com “Marajá”, a partir desse momento ele começou a ter certeza que não era mais bem-vindo no grupo. “ Não sei quais os reais motivos para isso, pois fomos candidatos juntos enfrentamos todas as dificuldades juntos, então no momento em que a prefeita assumiu o governo era esperado que houvesse pelo menos um bom diálogo, uma conversa aberta, franca, direta, e isso nunca houve infelizmente, a sensação que eu tenho é que de fato a prefeita não tem nenhum comando sobre sua gestão, o que é lamentável”, lamenta Marajá.
“Estou saindo por uma questão de falta de respeito, imagine que você tem os seus amigos que lhe apoiaram durante a campanha e que vem a sua procura saber informações sobre a gestão e eu não saber dar nenhuma explicação sobre as decisões que são tomadas dentro do governo, isso torna muito difícil para eles acreditarem que eu como vice-prefeito não tenha acesso às decisões, mais podem acreditar, é a mais pura verdade. Isso me trouxe muito desgastes, eu saio nas ruas o povo me perguntam e eu não tenho nenhuma informação sobre o que está acontecendo dentro da gestão do município, os rumos que estão sendo tomados, pessoas que não fizeram um terço do que fiz por Rosinha tem muito mais acesso a ela que eu”, relatou.
“Não é possível que aquela pessoa aguerrida, que perdeu as eleições em 2012 e não baixou a cabeça tenha mudado tanto, quando eu olho para trás e vejo no que se transformou a gestão da prefeita professora Rosinha eu realmente fico muito triste, as promessas de campanha de 2016, o projeto de governo, nada disso saíram do papel, tudo ficou apenas no discurso, reconheço as dificuldades encontrada, mais isso não é motivo para não se ter avançado em vários pontos, infelizmente, não se ver mudança relevante, principalmente nesses últimos três anos de gestão, não basta dizer que as dificuldades são advindas de gestões passadas, não foi para isso que ela foi eleita, vive dizendo que encontrou o município quebrado, mais não apresenta à sociedade esses dados, é muito fácil acusar gestão passada quando não se apresenta os dados à população”, finalizou “Marajá”.
O vice-prefeito deve realizar nesse final de semana em sua residência em Cururupu uma reunião política na presença de diversas lideranças politicas locais para anunciar oficialmente o apoio ao pré-candidato Aldo Lopes.
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