A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que a volta às aulas presenciais em escolas da rede estadual do Maranhão segue sem data definida, após o resultado da segunda consulta pública com pais e estudantes, divulgado nesta sexta-feira (4). Ao todo, 46 mil pessoas participaram da pesquisa.
No geral, o resultado apontou que 54,58% dos entrevistados não são favoráveis a volta das aulas presenciais, contra 45,42%. Quando questionados individualmente, 56,1% dos estudantes foram a favor do retorno, contra 43,6%.
Entre os pais ou responsáveis, 63,7% relataram que não se sentem seguros com o retorno das aulas, enquanto 36,3% acreditam que elas devem voltar. Mais de 80% dos professores da rede estadual afirmaram que não consideram viável a volta das atividades, contra 19,6%.
Com o resultado, esta será a 6ª vez que as aulas são adiadas no estado por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Segundo a secretaria, as atividades presenciais que estão suspensas desde março, seguem de forma remota até a definição de uma nova data. A expectativa é que uma nova consulta seja realizada até o fim do mês de setembro.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), falou sobre o resultado da pesquisa e considerou que ainda é ‘muito cedo’ para o retorno das aulas presenciais no estado.
“É um tema que merece toda atenção, tem merecido toda a atenção e vai continuar a ser objeto da nossa conversa, da nosso diálogo sobretudo com a comunidade escolar que está abrangida pelas famílias dos nossos estudantes”, disse o governador.
Dificuldades no ensino à distância
Uma pesquisa realizada com a comunidade escolar, divulgada pelo governo estadual nesta sexta, apontou que mais de 1/4 dos estudantes matriculados na rede estadual, ou seja 28,89%, não conseguiu manter as atividades com a suspensão das atividades educacionais.
Para 33,44% dos alunos foi possível manter as atividades educacionais, mesmo à distância. Já a maioria (37,67%), conseguiu acompanhar parcialmente as aulas, mesmo que de forma remota.
A consulta também foi realizada com professores da rede pública. Os dados revelaram que 67,81% dos educadores conseguiram manter as atividades, mesmo à distância, enquanto 28,29% manteve parcialmente. Apenas 3,90% dos educadores não conseguiram ter acesso as atividades.
Chips com internet
Na ocasião, o governo anunciou que vai distribuir mais 203 mil chips de internet para alunos do 1º e 2º ano do ensino médio, matriculados na rede pública. Os chips já estão em processo de compra e a data de distribuição deve ser divulgada em breve.
Anteriormente, foram distribuídos 90 mil chips para alunos do 3º ano de ensino médio que vão realizar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os chips possuem pacote de dados com internet de 20 GB e os estudantes terão acesso até janeiro de 2021.
Volta as aulas no Maranhão
Até o momento, apenas as escolas da rede privada do Maranhão iniciaram a volta às aulas presenciais. Ao todo, mais de 50 escolas e universidades particulares retornaram as atividades de modo híbrido (presencial e online), segundo o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Maranhão (Sinpe-MA).
Dias após o retorno, duas escolas particulares em São Luís suspendem aulas presenciais após colaboradores testarem positivo para Covid-19. Em nota, as instituições afirmaram que o caso foi isolado e que uma nova data de retorno das atividades seria divulgado.
Entre as medidas sanitárias impostas para a volta às aulas, está o uso obrigatório de máscara, suspensão do recreio, divisão das turmas em dois grupos, proibição do uso coletivo de bebedouros e aferição de temperatura dos alunos e colaboradores.
Em São Luís, ainda segue indefinido a data de retorno às atividades na rede municipal de ensino. A Secretaria Municipal de Educação de São Luís (Semed) explicou que a confirmação de uma data vai depender do cenário da pandemia e das orientações das autoridades sanitárias.
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