Será aberta, neste domingo (25) e vai até
sexta-feira (30), em Paris, a 82ª Assembleia Geral da Organização Mundial de
Saúde Animal (OIE) que, nesta edição, dará destaque especial ao Brasil. No ano
em que o país comemora 90 anos como membro fundador da entidade - vinculada à
Organização Mundial de Saúde -, a plenária votará o pleito do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para aprovação da ampliação da
zona livre de febre aftosa no país, incluindo os estados do Maranhão, Piauí,
Pará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Sergipe.
Dentro da programação da Assembleia Geral da OIE,
está reservada a quinta-feira (29) para a solenidade de entrega da certificação
internacional da nova zona livre de febre aftosa ao Brasil, que será recebida
pelo Ministro da Agricultura, Neri Geller. Após a certificação, todos os
estados recém-certificados poderão comercializar sua carne e derivados com os
principais mercados mundiais, como Estados Unidos e Rússia. Além disso, os
rebanhos da nova área certificada terão trânsito livre no país, podendo
participar das maiores e mais importantes feiras agropecuárias brasileiras. “O
Maranhão está em vantagem nesse cenário porque, além de possuir o 2º maior
rebanho da Região Nordeste - 7,6 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos -
com potencial para duplicar esse número em poucos anos, temos também
localização privilegiada e um dos melhores portos do país, que poderá escoar
não só a nossa produção de carne, mas a de toda as Regiões Norte e Nordeste”,
acredita Cláudio Azevedo.
Impacto
O impacto da zona livre de febre aftosa começou a
ser sentido desde o ano passado, quando o Ministério da Agricultura elevou
nacionalmente o status sanitário do Maranhão, permitindo a ampliação da área de
comercialização nacional da carne maranhense de nove para 27 estados
brasileiros.
A nova classificação atraiu grandes investimentos
para o setor desde então, com a instalação de frigoríficos e laticínios de
grande porte nos polos pecuários maranhenses, como as Regiões Sul e Sudoeste.
Outro sinal do impacto positivo da certificação nacional de zona livre de febre
aftosa foi o aumento na emissão de Guias de Trânsito Animal (GTA) emitidas pela
Aged-MA. No período de setembro de 2012 a agosto de 2013, antes da nova
classificação, foram emitidas 242.120 guias de trânsito, uma média de 20.177
documentos/mês. A partir de setembro de 2013, quando o então ministro Antônio
Andrade assinou a certificação nacional de zona livre, até o último dia 22 de
maio, foram emitidas em todo o Maranhão 205.617 GTA’s, um aumento de quase 12%
na média de emissões que passou para 22.846 documentos/mês.
“Essa nova classificação aumenta a nossa
responsabilidade no trabalho de defesa agropecuária do estado, pois temos que
ser ainda mais rigorosos no controle das regras sanitárias, como a
obrigatoriedade da vacinação semestral, que será mantida, e, com certeza, serão
acrescentadas novas rotinas de trabalho, sobretudo às nossas operações de
barreira sanitária”, alerta o diretor geral da Aged/MA, Fernando Lima.
Até o final do mês de maio, o Maranhão e outros
estados brasileiros permanecem em campanha de vacinação contra a febre aftosa,
iniciada dia 1º. Todo criador de bovinos e bubalinos é obrigado a imunizar seu
rebanho e comprovar a vacinação no escritório da Aged onde a propriedade está
cadastrada.
No ano passado, segundo dados da Aged, foram
vacinadas 7.007.802 cabeças - 95,15% do rebanho - durante o período oficial de
campanha, que foi de 1º a 30 de novembro de 2013. Os criadores inadimplentes
com a vacinação foram notificados e multados pela agência agropecuária, além de
terem sido obrigados a imunizar seus animais sob a supervisão dos fiscais
agropecuários.
A multa para quem não vacinar o rebanho durante o
período oficial de vacinação é de R$ 200,00, mais R$ 1,00 por cabeça não
vacinada. Quem também não comprovar a imunização pagará mais R$ 1,00 por cabeça
de animal que não tiver sua vacinação comprovada até o dia 10 de junho.
De acordo com a Central de Selagem de Vacinas do
Ministério da Agricultura, foram destinadas ao Maranhão 8.153.640 doses de
vacinas contra a febre aftosa, distribuídas para o comércio autorizado durante
o período oficial de vacinação. Esse volume atende não apenas os criadores maranhenses
como também alguns municípios do Pará e Tocantins.
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