Será aberta, neste domingo (25) e vai até
sexta-feira (30), em Paris, a 82ª Assembleia Geral da Organização Mundial de
Saúde Animal (OIE) que, nesta edição, dará destaque especial ao Brasil. No ano
em que o país comemora 90 anos como membro fundador da entidade - vinculada à
Organização Mundial de Saúde -, a plenária votará o pleito do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para aprovação da ampliação da
zona livre de febre aftosa no país, incluindo os estados do Maranhão, Piauí,
Pará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Sergipe.
O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Cláudio Azevedo, representa a governadora do estado, Roseana
Sarney, durante a assembleia. Esse é um momento histórico para a pecuária e
para a economia do Maranhão. Há anos, os criadores maranhenses ansiavam pelo
momento em que poderiam finalmente acessar os principais mercados
internacionais. Esse momento chegou, comemorou o secretário que participa da
assembleia acompanhado do secretário adjunto da Secretaria de Estado de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Raimundo Coelho de Sousa, e do diretor
geral da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão, Fernando Lima,
além dos presidentes da Federação da Agricultura do Maranhão (Faema), José
Hilton Coelho, do Instituto do Agronegócio do Maranhão (Inagro), José de Jesus
Athayde e do Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária do Maranhão (Fundepec),
Oswaldo Serra.
Dentro da programação da Assembleia Geral da OIE,
está reservada a quinta-feira (29) para a solenidade de entrega da certificação
internacional da nova zona livre de febre aftosa ao Brasil, que será recebida
pelo Ministro da Agricultura, Neri Geller. Após a certificação, todos os
estados recém-certificados poderão comercializar sua carne e derivados com os
principais mercados mundiais, como Estados Unidos e Rússia. Além disso, os
rebanhos da nova área certificada terão trânsito livre no país, podendo
participar das maiores e mais importantes feiras agropecuárias brasileiras. O
Maranhão está em vantagem nesse cenário porque, além de possuir o 2º maior
rebanho da Região Nordeste - 7,6 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos -
com potencial para duplicar esse número em poucos anos, temos também
localização privilegiada e um dos melhores portos do país, que poderá escoar
não só a nossa produção de carne, mas a de toda as Regiões Norte e Nordeste,
acredita Cláudio Azevedo.
Impacto
O impacto da zona livre de febre aftosa começou a
ser sentido desde o ano passado, quando o Ministério da Agricultura elevou
nacionalmente o status sanitário do Maranhão, permitindo a ampliação da área de
comercialização nacional da carne maranhense de nove para 27 estados
brasileiros.
A nova classificação atraiu grandes investimentos
para o setor desde então, com a instalação de frigoríficos e laticínios de
grande porte nos polos pecuários maranhenses, como as Regiões Sul e Sudoeste.
Outro sinal do impacto positivo da certificação nacional de zona livre de febre
aftosa foi o aumento na emissão de Guias de Trânsito Animal (GTA) emitidas pela
Aged-MA. No período de setembro de 2012 a agosto de 2013, antes da nova
classificação, foram emitidas 242.120 guias de trânsito, uma média de 20.177
documentos/mês. A partir de setembro de 2013, quando o então ministro Antônio
Andrade assinou a certificação nacional de zona livre, até o último dia 22 de
maio, foram emitidas em todo o Maranhão 205.617 GTAs, um aumento de quase 12%
na média de emissões que passou para 22.846 documentos/mês.
Essa nova classificação aumenta a nossa
responsabilidade no trabalho de defesa agropecuária do estado, pois temos que
ser ainda mais rigorosos no controle das regras sanitárias, como a
obrigatoriedade da vacinação semestral, que será mantida, e, com certeza, serão
acrescentadas novas rotinas de trabalho, sobretudo às nossas operações de
barreira sanitária, alerta o diretor geral da Aged/MA, Fernando Lima.
Até o final do mês de maio, o Maranhão e outros
estados brasileiros permanecem em campanha de vacinação contra a febre aftosa,
iniciada dia 1º. Todo criador de bovinos e bubalinos é obrigado a imunizar seu
rebanho e comprovar a vacinação no escritório da Aged onde a propriedade está
cadastrada.
No ano passado, segundo dados da Aged, foram
vacinadas 7.007.802 cabeças - 95,15% do rebanho - durante o período oficial de
campanha, que foi de 1º a 30 de novembro de 2013. Os criadores inadimplentes
com a vacinação foram notificados e multados pela agência agropecuária, além de
terem sido obrigados a imunizar seus animais sob a supervisão dos fiscais
agropecuários.
A multa para quem não vacinar o rebanho durante o
período oficial de vacinação é de R$ 200,00, mais R$ 1,00 por cabeça não
vacinada. Quem também não comprovar a imunização pagará mais R$ 1,00 por cabeça
de animal que não tiver sua vacinação comprovada até o dia 10 de junho.
De acordo com a Central de Selagem de Vacinas do
Ministério da Agricultura, foram destinadas ao Maranhão 8.153.640 doses de
vacinas contra a febre aftosa, distribuídas para o comércio autorizado durante
o período oficial de vacinação. Esse volume atende não apenas os criadores maranhenses
como também alguns municípios do Pará e Tocantins.
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