quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A Europa que não viu a crise

A experiência que vivo neste momento só me foi ofuscada pela morte da companheira Moema Alvim. Entretanto a professora Moema, amante da cultura e dos livros, também iria querer dividir comigo esta experiência. Como tenho uma pesquisa de Mestrado e Doutorado incomum, sobre reeducação de presos, isto me rendeu a experiência de vencer um concurso nacional para uma bolsa pela BABEL, o que resultou num convite ( “invitation” )  da Comissão Europeia para passar 6 meses morando na Europa como professor visitante na “Casa de Reis Católicos”, na Universidade Valladolid, no norte da Espanha e fronteira com a França, uma comunidade que herdou as riquezas arquitetônicas de reis de “ Castela e Leon”, da Casa de Burgos.

Castela e Leão (em espanhol: Castilla y León) é uma comunidade autónoma da Espanha. Criada em 1983, e é segundo o seu Estatuto de Autonomia, a moderna união de dois antigos reinos: Reino de Castela com o Reino de Leão. Situada no Noroeste de Espanha, é em termos de área, uma das maiores divisões políticas subestatais da União Europeia. Tem como fronteiras, ao norte as comunidades autónomas das Astúrias, da Cantábria e do País Basco, a Leste La Rioja e Aragão, a Sul Madrid, Castela-Mancha e a Estremadura; e a Oeste a Galiza e Portugal.
VALLADOLID
                                                                                                                                                                    
As províncias que compõem a comunidade autónoma de Castela e Leão são: Ávila, Burgos, Leão, Palência, Salamanca, Segóvia, Sória, Valladolid (mapa acima) e Zamora.

A provincia de Valladolid ( corresponde a um Estado no Brasil) é onde me encontro morando impressionado como  jovens de todo o mundo estão tendo oportunidades de estudar aqui. Cerca de mil da América Central: tenho amigos de El Salvador, Honduras, Costa Rica, México, Timor Leste, etc, com quem fundei a “Associacion Latinoamericana de Estudientes e Pesquisadores”, da qual sou Vice-presidente e tive a honra de criar o logotipo.

Nossa primeira atividade foi um encontro “gastronômico” de mostras de pratos típicos de cada país- a feijoada fez grande sucesso- enquanto passava no telão pontos turísticos de cada país; selecionei 5 imagens: 2 do Rio, 1 do Paraná, e 2 dos Lencóis Maranhanse. Imagens que circulam nas redes sociais com nome “CLEI”.
Igualmente tenho contato todos os dias com jovens da Romênia ( aqui “Romania”), Itália, Holanda, Espanha, Irlanda, e nos reunimos todos os finais de semana para confraternizar e falar de nossos paises, e socializar nossas culturas. Isto posto acredito estar prestando um serviço de utilidade pública, pois um jovem sonhador de Pinheiro ou do Maranhão lendo meu artigo pode saber que através de programas como “Universidade Sem Fronteras” e BABEL, podem estudar aqui na Europa com bolsa.

Moro ao lado de uma Catedral, que de tão valiosa não foi terminada até hoje, toda em Pedra Romana, onde todas as tardes a 5º de frio a comunidade se reune aos seus pés como mostra a foto para tomar uma “canhe” e um café caputino. Não há diferença entre ruas e calçadas, ambas são todas as manhãs lavadas e aspiradas com carros próprios. Por onde se anda tem uma lembrança da realeza espanhola.
A crise financeira da Europa não chegou a essa rica comunidade. Aqui ninguém é milionário, mas todos são ricos, e altamente educados. Antes de se dirigir à pessoa deve-se “hablar” “buenas tardes”, “perdon”, e nunca sair sem um caloroso “adios”, que para eles é um “até logo”.
Manoel da Conceição Silva
Diretor de artes - APLAC

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