Passageiros que faziam a travessia entre o Terminal do Cujupe e a Ponta da Espera, em São Luís, viveram momentos de tensão e medo na tarde desta segunda-feira (21), quando o ferryboat São Gabriel, da empresa paraense Henvil, sofreu uma falha mecânica logo após deixar o terminal.
Segundo a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), o problema aconteceu por volta das 14h50, logo após a embarcação sair do canal de navegação. Uma pane em um dos lemes comprometeu a capacidade de manobra do ferry, embora o sistema de propulsão tenha permanecido em funcionamento, o que evitou um desastre maior.
Mesmo assim, a embarcação ficou à deriva por cerca de quatro horas na Baía de São Marcos, até conseguir seguir com lentidão rumo ao destino. Técnicos da Emap foram acionados imediatamente para acompanhar e controlar a situação.
Falhas recorrentes
O São Gabriel possui dois lemes. Com a pane em um deles, a embarcação teve sua velocidade reduzida e a condução exigiu maior esforço da tripulação. A previsão inicial era de chegada ao Terminal da Ponta da Espera por volta das 18h30, mas o ferry só conseguiu atracar por volta das 19h, segundo passageiros que estavam a bordo.
De acordo com relatos, o São Gabriel já vinha apresentando falhas constantes, inclusive no motor. Mesmo com manutenção periódica, o ferry não estaria operando com 100% da força, o que tem provocado atrasos nas viagens e colocado em risco a segurança de milhares de usuários da travessia.
Situação crítica no transporte marítimo
A crise não é isolada. Outras embarcações utilizadas na travessia entre São Luís e a Baixada Maranhense também têm gerado reclamações. O ferryboat Cidade de Araioses, administrado pela própria Emap, vive quebrando e é apontado por usuários como um dos mais problemáticos.
A situação levanta um alerta sobre a segurança e a precariedade do transporte aquaviário no Maranhão. Há duas semanas, a lancha Bahia Star, que faz a rota entre Alcântara e a Praia Grande, também apresentou falha em alto-mar e precisou ser rebocada, deixando passageiros à deriva e sob risco.
Diante da frequência e gravidade dos incidentes, a Capitania dos Portos e os órgãos de fiscalização precisam agir com mais rigor, cobrando condições mínimas de operação e segurança das empresas concessionárias.
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